ENTRETENIMENTO
Saiba quem é a tiktoker que voltará à prisão em regime fechado após enfeitar tornozeleira eletrônica
Camila Fogaça de Almeida cumpria prisão domiciliar por tráfico de drogas e compartilhava sua rotina no TikTok. Recentemente, ela acabou viralizando ao postar um vídeo em que enfeitava sua tornozeleira eletrônica com pedras de strass. Após a repercussão, a postagem chegou ao conhecimento do Ministério Público, que decidiu pedir à Justiça a volta dela à prisão em regime fechado. O pedido foi aceito pelo Poder Judiciário e ela retornou à cadeia.
Em entrevista ao Estadão, a advogada da tiktoker, Laila Estefânia Mendes, explicou que Camila morava com o companheiro e dois filhos em Itaí, interior de São Paulo, quando ele foi preso por tráfico de drogas. Com o avanço das investigações, Camila foi acusada pelo mesmo crime.
Durante a prisão domiciliar, Camila postava vídeos de sua rotina em uma conta no TikTok, com quase 96 mil seguidores. Lá, ela mostrava receitas de comida que preparava em casa, seus itens de beleza e roupas, fazia posts de dancinhas, além de compartilhar momentos com os filhos e o que fazia para passar o tempo durante seu dia a dia, já que não podia sair de sua residência.
Ela também explicava um pouco de como era utilizar a tornozeleira, como por exemplo, ao contar que precisava recarregar o equipamento na tomada todos os dias, por três horas.
Seus vídeos já tinham grande repercussão, mas Camila viralizou mesmo no TikTok em junho deste ano, após uma postagem mostrando a decoração de sua tornozeleira eletrônica, onde utilizou pérolas e cristais adesivos para enfeitar o aparelho de monitoramento. O post, em que escreveu: “Vamos mudar um pouquinho, quem gostou comenta aí”, tem mais de 39 mil visualizações.
Com a repercussão, os vídeos chegaram ao conhecimento do MP, que decidiu pedir à Justiça a volta de Camila à prisão por violar suas obrigações quanto à tornozeleira eletrônica, conforme reportagem do Estadão.
Desde 2010, a Lei de Execuções Penais (12.258) prevê, em seu artigo 146-C, que o condenado tem o dever de “abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica”.
A Justiça aceitou o pedido e Camila foi recolhida à penitenciária novamente na última segunda-feira, 31. Na terça-feira, 1º, ela foi submetida à audiência de custódia, mas foi mantida na prisão.
Sua advogada afirma que apresentará pedido de liberdade provisória ao juízo e, caso não seja atendida, pedirá um habeas corpus ao Tribunal de Justiça paulista (TJ-SP).
“Minha cliente não teve a intenção de zombar da Justiça nem de danificar o aparelho. Ela é vaidosa, mesmo quando estava na prisão fazia questão de pintar as unhas, de se cuidar. O enfeite não fez a tornozeleira deixar de funcionar, não afetou em nada a função do aparelho. Ela sempre teve bom comportamento e não fazia ideia de que estava fazendo algo proibido”, afirma Laila.
“Com a conta no Tik Tok ela pretendia ter alguma renda (o aplicativo paga por vídeos que são vistos por muita gente), já que está presa em casa e não pode trabalha”, completa a defesa.
Além de determinar a prisão de Camila, a Justiça também mandou que o TikTok retire do ar os vídeos em que ela aparece enfeitando e retirando os enfeites da tornozeleira.
Antes de ser presa, a tiktoker gravou alguns vídeos aos seguidores em que chorou ao saber que poderia voltar ao presídio. Ela relatou que estava gravando os vídeos antes de voltar à prisão e que as gravações seriam postadas, posteriormente, por seus filhos. E foi o que aconteceu, os vídeos foram postados gradualmente desde quarta-feira, 2.
“As vezes, tem pessoas que me julgam sem conhecer. O vídeo onde eu tô enfeitando minha tornezeleira teve uma repercussão muito grande, onde ele foi divulgado em várias redes sociais, vários jornais. Só que no mesmo tempo que isso me deixou feliz, acabou me deixando triste. Infelizmente, o Ministério Público entendeu que o meu vídeo não podia ser divulgado e acabou pedindo a minha prisão novamente para o fechado”, disse ela em uma das postagens.
Em seguida, Camila afirmou que não seria fácil voltar à cadeia e chorou. “Eu começo a pensar que lá na frente Deus vai fazer o melhor para minha vida”, acrescentou.
Em outro vídeo, ela agradeceu às pessoas que começaram a segui-la e acompanhá-la nas redes sociais. “Se puderem compartilhar aí para eu não ser esquecida. Acredito que eu não vou ser, que vai ser um período curto, vai ser só uma tempestade que vai passar e vou voltar mais forte”.
A mulher relatou também que já estava há um ano e quatro meses em prisão domiciliar. “E esse tempo que eu achava que não iria suportar, porque sou uma pessoa agitada, descobri o quanto preciso de mim mesma. Minha companhia me trouxe paz, tudo que eu precisava. Hoje sou feliz comigo mesma”, afirmou.