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ENTRETENIMENTO

Vista como católica, Globo faz novo aceno aos evangélicos em programa especial e novela

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Bispa Sonia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, recebeu destaque na chamada do 'Sons de São Paulo - Música Religiosa' Foto: Reprodução/TV

No dia 8, a Globo exibirá após o ‘Globo Repórter’ o 1º episódio do especial ‘Sons de São Paulo – Música Religiosa’.

Na vinheta de divulgação exibida nos intervalos, destaca-se a participação da bispa Sonia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer em Cristo ao lado do marido, Estevam Hernandes.

“Quando você está muito próximo da presença de Deus, não tem como não adorar”, diz no depoimento.

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O especial vai mostrar também a força de outras categorias do gênero musical religioso, a exemplo das canções católicas das missas populares e dos tambores de cultos afro-brasileiros.

A presença da bispa Sonia, proprietária e apresentadora da Rede Gospel, chama a atenção pela antiga rivalidade entre a Globo e líderes protestantes, especialmente por matérias no ‘Jornal Nacional’ a respeito de questões com a Justiça, e ainda devido às críticas dos crentes às pautas progressistas vistas nas novelas da emissora.

Rixa histórica

No passado, houve clima de animosidade entre a Globo e as igrejas evangélicas. Em várias ocasiões, os crentes foram retratados de maneira debochada em novelas e séries, a exemplo do pastor Hilário (Jorge Dória) em ‘Tieta’, apresentado como explorador da fé e do dinheiro de pessoas humildes; o pastor vingativo Muriel (Edson Celulari) de ‘Decadência’; a evangelista extremista Edivânia (Susana Ribeiro) de ‘Duas Caras’; e a falsa recatada Creusa (Juliana Paes), que se assumia “vagabunda” (palavras dela) por trair o marido em ‘América’.

A origem desse embate midiático pode ter sido a ascensão do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, a proprietário da Record em 1989, tornando-se concorrente direito da família Marinho, ligada à Igreja Católica. Houve troca de acusações numa fase tensa entre as partes.

Cortejo aos evangélicos

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Nos últimos anos, a Globo passou a fazer acenos recorrentes aos crentes: exibe festivais gospel, leva cantores de louvores a seus programas e insere personagens com viés positivo, como se viu com a protagonista Sol (Sheron Menezzes) de ‘Vai na Fé’.

A tentativa de retratar a parcela cada vez mais numerosa de protestantes no país — e, talvez, minimizar a sangria de perda de público — gerou novo tipo: o presidiário Jorginho (Juliano Cazarré), que vai se converter e tentará ter vida honesta ao voltar às ruas na próxima novela das 21h, ‘Três Graças’, com estreia em outubro.

Globo católica

A Globo sempre manteve boa relação com a cúpula da Igreja Católica por meio da cúria carioca e da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Dona do canal, a família Marinho recebeu atenção dos papas. Dois momentos se destacaram: Roberto Marinho encontrou João Paulo II no Rio, em 1980, e o filho dele, Roberto Irineu, esteve com o papa Francisco no Vaticano no fim de 2024.

O programa mais longevo da emissora, no ar desde 1971, é o ‘Santa Missa em seu Lar’, exibido nas manhãs de domingo. As transmissões da Missa do Galo, no Natal, também são uma tradição na grade de fim de ano.

Outra prova do catolicismo enraizado na Globo é que os membros do clã Marinho escolheram celebrar os 100 anos do jornal ‘O Globo’ com uma missa na Igreja Nossa Senhora do Carmo, antiga Igreja da Sé, no Centro do Rio. O evento ocorreu no dia 29 de julho.

 

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