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Agiota pediu ajuda de Netinho de Paula para inspeção em presídio com chefões do PCC
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O cantor e ex-vereador Netinho de Paula é citado na denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra empresários acusados de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele não é alvo da operação, mas investigadores obtiveram conversas que mostram contato de Netinho com um dos denunciados, que pediu ajuda do artista para inspecionar um presídio.
Segundo o Blog do Fausto Macedo, do jornal do Estado de S. Paulo, o MP registrou conversas entre Netinho e o empresário Ademir Pereira de Andrade, apontado como agiota, operador financeiro da facção criminosa e “laranja” em trâmite de imóveis de luxo comprados para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Em uma das conversas, transcritas na denúncia como prova de que o empresário cometeu “prática criminosa de empréstimo a juros”, Netinho de Paula o chama de “Banco da Gente”. Netinho, em entrevista ao SBT, confirmou ter feito empréstimos com Andrade, mas negou saber da ligação dele com o PCC.
Além disso, em outro diálogo, Ademir pede ajuda de Netinho de Paula para inspecionar a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na época, lá estavam presos os integrantes do PCC Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, e Décio Gouveia Luiz, o Décio Português.
Netinho perguntou se havia denúncias de maus tratos a presos, propondo que deputados precisariam de uma denúncia para fazerem uma visita à penitenciária. Ele compartilhou com Andrade um ofício da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados onde foi solicitada uma visita técnica no local para “apuração de violações de direitos humanos”. “Dá uma lidinha com calma. Não é os deputados que precisam ir, é o pessoal do Ministério dos Direitos Humanos”, escreveu o cantor, na ocasião.
Para o Ministério Público, as conversas “mostram o alcance que a organização criminosa possui, movimentando as mais variadas esferas do Estado em favor de seus integrantes”. Os promotores afirmam que o empresário “no contexto da organização criminosa, tentou articular, por meio dos contatos políticos” com Netinho de Paula, uma “ofensiva em relação à penitenciária”.
A reportagem acionou o Ministério Público de São Paulo em busca de mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O Terra também tenta contato com Netinho de Paula e o espaço será atualizado em caso de resposta.
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