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Alisson supera depressão para se tornar peça-chave em título inédito do São Paulo
Alisson é mais uma prova de que tem coisas que só o futebol pode te proporcionar. O jogador, que viveu um momento conturbado no início do ano, tendo de lidar com a depressão, deu a volta por cima, se tornou peça-chave do time comandado por Dorival Júnior e acabou sendo coroado com o título da Copa do Brasil, o primeiro da história do São Paulo.
Alisson só foi estrear na atual temporada no final de fevereiro. O jogador ficou afastado mais de um mês por causa de uma depressão e recebeu todo o apoio do elenco e do clube para que pudesse se recuperar e voltar a ficar à disposição.
Fato é que nem mesmo o sério problema particular poupou o jogador de críticas. Sob o comando de Rogério Ceni, Alisson se acostumou a atuar como ponta pela direita, mas era claro que ele não tinha tanta desenvoltura para ser decisivo no terço final do campo, além de não reunir as características necessárias para um bom jogador da posição, como drible em alta velocidade.
Após a demissão de Rogério Ceni, chegou Dorival Júnior, com quem Alisson já havia trabalhado em 2013, no Vasco. O treinador ignorou a opinião pública e transformou o atleta em uma peça importantíssima para o funcionamento da equipe ao recuá-lo para exercer a função de volante.
Alisson foi titular nas partidas mais importantes do ano, como o jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, no Allianz Parque, as duas partidas contra o Corinthians, pela semifinal, os dois duelos pela decisão, contra o Flamengo, além dos confrontos com a LDU, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
Atuando ao lado de Pablo Maia, Alisson fez uma de suas melhores partidas com a camisa do São Paulo no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, no Maracanã. O jogador não só marcou os rivais com afinco, mas também mostrou qualidade para sair jogando com calma, sem errar passes e comprometer sua equipe.
Muito devido à aplicação de Alisson ao longo do período em que esteve em campo no Maracanã que o São Paulo conseguiu a vitória, podendo jogar pelo empate no Morumbi para ser campeão. Como se não bastasse, o volante quase balançou as redes em uma jogada individual pouco antes de ser substituído por cãibras.
De fortemente criticado pela torcida e depressivo, Alisson renasceu sob o comando de Dorival Júnior. Mais importante que qualquer conquista foi o resgate de sua autoestima. Hoje, o humilde jogador, que abriu mão da camisa 7 com a chegada de Lucas Moura, merecidamente colhe os frutos do trabalho árduo, que em muitas vezes não se converteu em boas atuações, mas que, no fim, o colocou para sempre na história de um dos maiores clubes do Brasil.