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Cinco motivos que explicam a queda do Palmeiras na semifinal da Libertadores

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O Palmeiras foi eliminado da Libertadores pelo Boca Juniors-ARG nesta quinta-feira, 5, no Allianz Parque, após empate em 1 a 1 no tempo normal e derrota nos pênaltis (4 a 2). Frustrando o sonho do tetracampeonato continental, o Verdão se despediu da competição diante de sua torcida em uma noite que Abel Ferreira viu sua estratégia falhar mais uma vez.

Abel recebeu muitas críticas por ter repetido a escalação do confronto de ida, na Bombonera, em que o Verdão teve uma atuação ofensiva praticamente nula. Eliminado, o Alviverde perdeu a chance de disputar sua sétima final do torneio e agora foca nos compromissos do Brasileirão, último campeonato que resta no ano.

Veja cinco motivos que explicam a queda do Palmeiras na semifinal da Libertadores:

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‘Teimosia’ de Abel Ferreira

Desde a lesão de Dudu, no dia 27 de agosto, o técnico Abel Ferreira vem escalando Mayke no lugar do camisa 7. Dessa forma, Artur joga pela esquerda e o lateral atua improvisadamente pela direita fazendo dobradinha com Marcos Rocha. No jogo de ida contra o Boca Juniors, na Bombonera, o treinador palmeirense até mudou o desenho tático, mas manteve os jogadores – o que não deu certo.

Com essa estratégia, Abel acaba tirando o poder ofensivo de Artur, que atua melhor pela direita. Antes mesmo do empate em 0 a 0 na Argentina, o plano também não funcionou na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. Nessas oportunidades, incluindo também a partida da eliminação, Endrick veio do banco de reservas e ‘mudou a cara’ da equipe. Será mesmo que era melhor ter insistido no que não estava dando certo?

Lesão de Dudu

Dudu se lesionou no dia 27 de agosto, em duelo contra o Vasco, pelo Brasileirão. Desde então, se passaram um mês e oito dias, mas a grande verdade é que o Palmeiras não encontrou uma solução para suprir a ausência do camisa 7. Dentre várias tentativas de Abel, incluindo a citada anteriormente, a falta de contratações também pesa tendo em vista o desfalque de peso.

A falha na estratégia e o elenco curto acabam culminando no mau momento ofensivo vivido pelo Verdão, que marcou apenas quatro gols nos últimos oito jogos. Dudu passou recentemente por um procedimento para a reconstrução do ligamento cruzado anterior e também correção do menisco e só retornará ao gramados no ano que vem.

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Como o próprio Abel diz constantemente, a função do treinador é encontrar soluções para os problemas e, de fato, a ausência do camisa 7 é um grande problema. Ele mesmo admitiu já que não há um substituto para o Baixola, mas também sabe que será preciso arrumar uma forma de amenizar o impacto dessa perda, mas até quando essa ausência vai ser tão sentida?

Elenco curto

A falta de opções para Abel no banco de reservas também não é uma novidade, e a lesão de Dudu é apenas um agravante disso. Com a falta de contratações na temporada, o treinador só tem duas opções viáveis: improvisar jogadores em outras posições – como vem fazendo com Mayke e já fez com Luan – e dar mais minutagem aos Crias da Academia, como Endrick, Luis Guilherme e Kevin – os três entraram no segundo tempo nesta quinta, 5, diante do Boca.

Mesmo que a entrada dos jovens tenha mudado completamente o ritmo palmeirense nos 45 minutos finais contra a equipe argentina, não foi o suficiente. E também, claro, não dá para exigir tanto de “adolescentes” em uma semifinal de Libertadores. Abel recebeu críticas por insistir na escalação da ida e aproveitar pouco as Crias, que vem contribuindo consideravelmente ao longo das partidas. A pergunta que fica é: o problema está na pouca minutagem aos jovens ou na falta de opções no banco de reservas?

É aí que caímos na falta de competência dos dirigentes palmeirenses, que não conseguiram reforçar o elenco com peças mais prontas e experientes, esperando mais milagres de Abel. É incrível imaginar que um clube do tamanho do Palmeiras vá fechar o ano com apenas duas contratações, sendo que elas chegaram somente depois do Paulistão. Não é à toa a insatisfação do técnico e do torcedor.

Jogo apático na Bombonera

O placar de 0 a 0 na Bombonera, pelo jogo de ida, foi um baita lucro para o Palmeiras. Além de se livrar das chances perigosas do Boca Juniors, o time alviverde mostrou outra vez uma enorme falta de inspiração ofensiva. É bem importante destacar que o Boca não é um grande time, mas sim uma grande camisa com jogadores “pesados” como Romero, Rojo e, óbvio, Cavani. Mas como time, como coletivo, o Verdão é muito melhor.

Na Argentina, Jorge Almirón aproveitou a mística do estádio e mais um dia sem inspiração dos brasileiros para se impor e criar as melhores chances. Quase deu certo, não fosse a sorte e Weverton. Caso essas chances tivessem se concretizado, o prejuízo teria sido ainda maior para a volta. O nervosismo, a falta de capricho, a falta de calma não ajudam nesses momentos de instabilidade ofensiva. Principalmente quando as opções no banco de reservas são escassas. Como explicar uma atuação tão apática em uma semifinal de Libertadores?

Dentre, claro, outros motivos, o desempenho ruim na partida de ida, que escancarou a falha na estratégia de Abel e a fragilidade ofensiva do Verdão, atrapalhou o time alviverde na busca por seu grande objetivo na temporada. Agora, desperdiçando a chance de disputar sua sétima final de Libertadores e talvez de se tornar o maior campeão brasileiro na competição, só resta ao Palmeiras focar no Brasileirão ainda tendo que secar o líder Botafogo, que como o próprio treinador português voltou a falar, “tem tudo para ser campeão”.

Experientes não decidiram

No último fim de semana, diante do Bragantino, quando Abel preservou os titulares da semifinal, os garotos ganharam chance e mostraram serviço. Eles pediam passagem no jogo decisivo, mas, ainda assim, o treinador manteve o seu plano. Portanto, no Allianz Parque, a escalação inicial foi a mesma de Buenos Aires.

O Palmeiras seguiu nulo na criação e, para piorar, sofreu um gol ainda no primeiro tempo. A jogada de Merentiel foi pelo lado direito defensivo do Verdão que, mesmo tendo dois experientes laterais escalados, não tinha um sequer na cobertura. Como se fosse possível, Marcos Rocha fez uma partida ainda pior do que tinha feito no primeiro confronto. E no intervalo Abel teve que admitir que dessa vez o plano que ele tinha não era o que a sua equipe precisava.

Reforçando o mau momento ofensivo vivido pela equipe, Rony e Artur tiveram mais uma atuação apagada. O camisa 10 quase conseguiu marcar de bicicleta, mas novamente e repetidamente ficou no “quase”. O camisa 13, apesar de ser o artilheiro do Verdão na Libertadores, não quebrou seu jejum de gols e segue sem marcar desde 30 de julho – partida contra o América-MG, pelo Brasileirão.

A questão é que o problema não está somente no ataque. Raphael Veiga e Gustavo Gómez, cobradores oficiais do Palmeiras, desperdiçaram suas cobranças na disputa por pênaltis. Para piorar, durante a partida, cometeram erros incomuns tratando-se de jogadores desse nível. O camisa 23 não se destacou em nenhum dos dois jogos contra o Boca, e o paraguaio foi mal no lance do gol de Cavani.

O roteiro ideal para um final feliz em noites de Copa Libertadores é justamente a união entre a experiência dos medalhões com o brilho dos mais jovens, mas para o Palmeiras, o desfecho foi outro, e o sonho do tetracampeonato continental foi adiado.

 

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