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ESPORTES

Com trabalho social, grupo Axé Capoeira em breve inaugurará Centro de Treinamento

Publicado em

Fotos; Reprodução

O grupo Axé Capoeira do Acre realizou sua primeira grande roda, na noite da última sexta-feira, 20, no espaço, localizado na rua da Lua, bairro São Sebastião, na região da baixada da Sobral, onde será inaugurado, em breve, como Centro de Treinamento do grupo, a sua primeira roda do ano de 2023.

Atualmente, o grupo tem, aproximadamente, 700 alunos em todo o Acre e está sob a administração do contramestre Malvado, que tem 28 anos de prática capoeirista e há 22 dá aula.

Presidindo o grupo há 14 anos, Malvado diz que no esporte já ajudou a tirar muitos jovens da criminalidade e que o centro será de extrema importância, já que antes os treinos eram realizados em associações ou espaços públicos como o Centro Cultural Lýdia Hammes, recentemente fechado por falta de manutenção e cuidados do poder público.

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“Já tiramos muitos jovens do mundo do crime e sei da importância do esporte para a sociedade, principalmente, aqui na baixada, onde cresci e vi muitos amigos optarem por escolhas erradas por diversos motivos. Ainda não é a inauguração, pois falta uns acabamentos para ficar tudo pronto, mas fazer a primeira roda de 2023 em um espaço que será nosso, não tem preço”, diz o contramestre.

Capoeirista há 19 anos, Antônio Alisson Lima do Nascimento, 32 anos, apelidado como Predador, hoje, é graduado como professor no grupo e afirma que o esporte foi um marco em sua vida pessoal.

“Estou na graduação de professor no grupo Axé Capoeira, esse esporte foi um marco em minha vida, mudando, completamente, da água para o vinho. Me tirou de uma vida onde, hoje, eu poderia ser um bandido ou um viciado em drogas e me transformou em um cidadão de bem, me deu disciplina e expectativa de vida. Graças a Deus, primeiramente, e segundo devo a capoeira, esse esporte que tem o poder de transformar a vida de quem o pratica para melhor”, relata o professor.

Antônio não é o único que teve a vida transformada por meio do esporte, Anderson Galvão da Silva, 20 anos, apelidado na capoeira como Monge, relata que, hoje, poderia ser de organização criminosa, pois convites não faltaram. Além disso, atualmente, o jovem, que é morador do bairro Cabreúva, treina turmas na praça, mesmo com a dificuldade das condições climáticas.

“Esse esporte impactou minha vida de uma forma transformadora. Eu poderia muito bem fazer parte de uma organização criminosa ou até mesmo não estar, aqui, entre nós, pois foram vários os convites e a falta de oportunidade, muitas vezes, nos levar para caminhos mais estreitos. Porém vi na capoeira uma rota de escape, onde posso me expressar, ser eu e, realmente, aprender da vida como um todo e o principal estar com pessoas que se importam comigo de verdade. Moro aqui no bairro Cabreúva, um dos bairros mais violentos da região da Sobral, depois de um tempo comecei a ter minhas turmas e dar aula na praça aqui do bairro. Mas sempre com dificuldade por conta das condições climáticas e também por causa da violência, pois sempre há tiroteios. Agora com o centro de treinamento isso vai melhorar 100%”, contou monge, que pratica o esporte há nove anos.

O grupo Axé Capoeira Mundial tem 40 anos existência e desde então tem feito um grande trabalho social por todo o país. A inauguração do Centro de Treinamento está prevista para acontecer ainda no primeiro trimestre de 2023.

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