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Copa do Mundo Feminina: Brasil tem pior desempenho em 28 anos

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Geyse chora após eliminação do Brasil na Copa do Mundo Foto: Robert Cianflone/Getty Images

Após o empate com a Jamaica, na manhã desta quarta-feira, 2, em Melbourne (Austrália), o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo Feminina, em seu pior desempenho em 28 anos.

Pela primeira vez desde 1995, a seleção brasileira se despediu do Mundial ainda na etapa inicial da disputa. Apesar de ter estreado com goleada sobre o Panamá, o Brasil sofreu o revés contra a França e não conseguiu sair do zero a zero contra a seleção jamaicana.

Com quatro pontos, a equipe de Pia Sundhage terminou a edição em terceiro lugar no Grupo F. As vagas para as oitavas de final ficaram com a França e com a Jamaica.

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Seleção feminina no último jogo antes da Copa de 2023
Seleção feminina no último jogo antes da Copa de 2023

Foto: Thais Magalhães/CBF

Presente desde a primeira edição, em 1991, o Brasil nunca ganhou o Mundial, mas a seleção possui participações memoráveis, como o segundo lugar em 2007. Porém já enfrentou momentos difíceis, como cair na primeira fase e sair nar oitavas, como no último Mundial. Veja a trajetória:

1991: 9º lugar, eliminado na fase de grupos 

Seleção Feminina na primeira Copa do Mundo, em 1991.
Seleção Feminina na primeira Copa do Mundo, em 1991.

Foto: Créditos: Acervo Pessoal/ CBF

A primeira edição da Copa Feminina aconteceu em 1991, 61 anos após a primeira edição masculina. O contexto da época era marcado por proibições, e a prática do futebol feminino havia sido liberada há pouco mais de uma década.

Com poucos recursos e em meio a dificuldades, a Seleção Brasileira fez parte das 12 equipes que disputaram a primeira edição, na China. O Brasil venceu o Japão por 1 a 0, mas esse foi o único saldo positivo da equipe, que perdeu os dois jogos seguintes para os Estados Unidos e Suécia, terminando em 9º lugar.

A decisão do primeiro Mundial foi entre Estados Unidos e Noruega. As norte-americanas venceram por 2 a 1, e ganharam o primeiro troféu da Copa Feminina da história.

1995: 9º lugar, eliminado na fase de grupos 

Seleção brasileira e comissão técnica em preparação para a Copa do Mundo de 1995 na Granja Comary.
Seleção brasileira e comissão técnica em preparação para a Copa do Mundo de 1995 na Granja Comary.

Foto: Acervo pessoal Lunalva Torres de Almeida / Museu Do Futebol

A equipe brasileira chegou ao segundo Mundial mais bem preparada. Com uma comissão técnica diferente e novos talentos como Formiga, Sissi, Pretinha e Michael Jackson, o grupo foi à Suécia em busca de uma melhor campanha.

O Brasil estreou com vitória por 1 a 0 contra as donas da casa, mas como na Copa anterior, só conseguiu ganhar uma vez e perdeu as outras disputas para Japão e Alemanha, e acabou eliminado na fase de grupos, ficando novamente em 9º lugar.

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1999: 3º lugar 

Brasil na partida contra a Noruega, em1999.
Brasil na partida contra a Noruega, em1999.

Foto: Getty Images

A Seleção Brasileira chegou para o Mundial de 1999 com uma das gerações mais talentosas da história. Diferente das edições anteriores, a equipe passou em primeiro lugar na fase de grupos. Nas quartas, enfrentou a Nigéria, em um jogo acirrado que se decidiu na prorrogação. Sissi foi quem marcou o gol e resolveu a situação, neste ano ela revelou seu talento e poder decisivo ao mundo.

Nas semifinais, as meninas tiveram a difícil tarefa de enfrentar os Estados Unidos, dentro de casa, que venceram por 2 a 0 e foram para a final.

Na disputa pelo terceiro lugar, o Brasil enfrentou a Noruega, as campeãs da Copa de 1995. A partida terminou em 0 a 0 no tempo normal, e a vitória brasileira veio nos pênaltis, por 5 a 4, garantindo a medalha de bronze. A final foi entre Estados Unidos e China, com mais uma vitória americana nos pênaltis, por 5 a 4.

2003: 5º lugar, quartas de final 

Kátia Cilene - Brasil x Noruega - Copa do Mundo Feminina 2003
Kátia Cilene – Brasil x Noruega – Copa do Mundo Feminina 2003

Foto: Créditos: Action Images/FIFA

Após uma campanha histórica em 1999, o Brasil chegou ao Mundial de 2003, sediado nos Estados Unidos, com o objetivo de superar o último resultado e garantir um lugar no pódio. Para isso, ele contava com uma jovem promessa de apenas 17 anos, Marta da Silva.

No primeiro mundial da Rainha, a Seleção conseguiu passar bem na fase de grupos, com duas vitórias e um empate.  Nas quartas de final, o Brasil enfrentou a Suécia, começou perdendo, conseguiu o empate, mas não segurou. As suecas viraram o jogo e a Seleção Brasileira foi eliminada, ficando em 5º lugar.

Alemanha e Suécia disputaram a final, e a equipe alemã venceu por 2 a 1 e conquistou o primeiro título da história.

2007: Vice-campeão, final 

Cristiane na final da Copa do Mundo Feminina 2007 - Alemanha 2 x 0 Brasil
Cristiane na final da Copa do Mundo Feminina 2007 – Alemanha 2 x 0 Brasil

Foto: Créditos: FIFA/AFP

Em 2007 o Brasil teve a melhor campanha em Copas do Mundo da história. Com grandes nomes como Marta, Cristiane e Formiga, a Seleção vinha de boas atuações, com goleadas e um ouro nos Jogos Pan-Americanos.

Na Copa, passou em primeiro lugar na fase de grupos, goleou a Nova Zelândia por 5 a 0, a China por 4 a 0 e venceu a Dinamarca por 1 a 0. Dos 10 gols nessa fase, Marta marcou quatro e Cristiane, três.

Nas quartas, o time brasileiro venceu a Austrália por 3 a 2, e nas semis desbancou ninguém menos que a temida Seleção dos Estados Unidos, em uma goleada por 4 a 0. O Brasil chegava pela primeira vez à final da Copa Feminina.

Em um jogo complicado contra a Alemanha, a campeã na época, o Brasil não conseguiu se impor e foi derrotado por 2 a 0 pelas alemãs e deu adeus ao sonho do título, ficando em segundo lugar.

2011: 5º lugar, quartas de final 

Seleção comemora gol na Copa do Mundo de 2011
Seleção comemora gol na Copa do Mundo de 2011

Foto: Reprodução/CBF

Após bater na trave no último Nundial, a Seleção comandada por Jorge Barcellos chegou bem parecida com o time vice-campeão de 2007.

Como estava acostumado, passou com tranquilidade pela fase de grupos, com vitórias sobre Austrália, Noruega e a estreante Guiné Equatorial. Nas quartas, a equipe encontrou uma velha conhecida, os Estados Unidos. O jogo terminou em 1 a 1 no tempo normal, e um gol para cada nas prorrogações. Nos pênaltis, as norte-americanas se sobressaíram e levaram a melhor.

A final foi entre EUA e Japão, e para surpresa, as japonesas venceram as favoritas e conquistaram o primeiro título do país.

2015: 9º lugar, oitavas de final

Seleção Feminina em 2015
Seleção Feminina em 2015

Foto: FIFA/ Getty Images

Com uma Seleção mais madura e com nomes experientes, o Brasil passou bem pela primeira fase, com três vitórias e sem sofrer gols. Ganhou por 2 a 0 sobre a Coreia do Sul, com gols marcados por Marta e Formiga. Contra a Espanha, 1 a 0, gol de Andressa Alves. E passou com tranquilidade pela Costa Rica, com um gol de Raquel.

Nas oitavas, uma novidade na Copa Feminina, que até então ia direto para as quartas, o Brasil perdeu para Austrália por 1 a 0 e adiou o sonho do título inédito. A final repetiu o jogo do mundial anterior, entre Japão e Estados Unidos, mas as americanas levaram a melhor dessa vez, e foram campeãs pela terceira vez.

2019: 10º lugar, oitavas de final. 

Elenco na Copa Feminina de 2019, na França
Elenco na Copa Feminina de 2019, na França

Foto: Denis Balibouse/Reuters/ Direito Reservado

O Brasil chegou à Copa da França em uma fase complicada, vindo de sete derrotas consecutivas, o técnico Vadão era muito contestado e a principal jogadora, Marta, era dúvida nos jogos, pois havia se recuperado há pouco tempo de lesão.

Apesar dessas questões, a equipe conseguiu passar bem pela fase de grupos, ao lado de Jamaica, Austrália e Itália. Nas oitavas, teve a difícil missão de enfrentar as donas da casa, a França. O jogo foi disputado, as guerreiras insistiram até o fim e levaram as favoritas ao título para prorrogação, mas sofreram a virada e perderam por 2 a 1.

A participação do Brasil nesse Mundial foi marcado por grande apoio e engajamento da torcida, que mesmo em fase difícil, deu suporte as atletas.

Mesmo sem ter ganhado uma Copa do Mundo, a Seleção Feminina carrega um grande legado. Para o Mundial deste ano, a equipe chega renovada, com vitórias no currículo, como a Copa América de 2022 e novos talentos. Tudo isso coloca as guerreiras vivas na disputa para o título inédito.

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