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Crise na CBF não tira Fluminense do Mundial; Fifa diz que monitora situação
A direção da Fifa informou à Itatiaia que está em contato com a CBF e monitora a situação na entidade. Não há chance de o Fluminense ficar fora do Mundial de Clubes da Arábia Saudita, que começa na semana que vem.
Nesta quinta-feira (7), o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) decidiu retirar do cargo o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e ordenou que a confederação brasileira convoque novas eleições em um prazo de 30 dias.
Ainda nomeou para comandar interinamente a entidade pelo período o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus. Rodrigues vai recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília.
CBF alertou federações
A cúpula da CBF enviou a algumas federações estaduais cartas recebidas da Fifa e da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) que alertam que pelos regulamentos dessas entidades é proibida intervenção fora do âmbito desportivo, que pode gerar sanções como suspensão da CBF e dos clubes filiados.
Os dois documentos são datados desta quinta-feira.
Fifa aguarda desdobramentos
A direção da Fifa, entretanto, deve aguardar novos desdobramentos, como o recurso de Ednaldo Rodrigues. O fato de o interventor ser ligado à Justiça Desportiva pode ser um fator que faça a federação internacional ter calma. Normalmente, a Fifa suspende em situações em que há interferência política, de presidentes ou ditadores.
Uma suspensão da CBF faria com que os clubes brasileiros não pudessem jogar torneios internacionais, como Mundial de Clubes e Copa Libertadores.
Logística montada para o Mundial
Outro motivo para a Fifa ter cautela em tomar qualquer decisão de suspender o Brasil é o fato de o Fluminense disputar o Mundial daqui a alguns dias. Toda a logística está pronta e uma mudança seria prejudicial ao torneio.
A Seleção Brasileira também poderia ficar proibida de jogar amistosos e, claro, as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, que só terão jogos em setembro de 2024 agora. Tudo isso, porém, é improvável.
Entenda o caso
O processo existe desde 2018, por iniciativa do Ministério Público do Rio de Janeiro, ainda referente à eleição de Rogério Caboclo, antecessor de Ednaldo.
O MP questiona o estatuto da confederação por estar em desacordo com a Lei Pelé porque previa pesos diferentes para clubes nas votações para escolha dos presidentes. Os dirigentes das 27 federações tinham peso 3 na votação, contra peso 2 dos 20 clubes da Série A e peso 1 dos 20 da B.
A Justiça anulou em 2021 a eleição de Rogério Caboclo e determinou uma intervenção na CBF, nomeando Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), como os interventores. Essa decisão foi cassada pouco tempo depois.
Ednaldo foi eleito em 2022
A CBF e o Ministério Público fizeram um acordo extrajudicial e assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O estatuto mudou e os pesos nos votos dos times das séries A e B ficaram iguais. Na nova eleição, em 2022, Ednaldo Rodrigues, que estava como presidente interino, foi eleito para um mandato completo de quatro anos, a partir de 2023.
Gustavo Feijó, que era vice na época de Caboclo, acionou a 2ª instância. O pedido era que o TAC fosse anulado, e Ednaldo afastado, alegando que o juiz de 1ª instância não tinha atribuição para homologar o documento. Foi isso que foi acatado nesta quinta pelo TJ-RJ.
A Itatiaia apurou que a avaliação do estafe de Ednaldo é que a decisão será revertida pelo STJ, mas que a situação pode desgastar a imagem do presidente.