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Crise, pouco investimento e dois títulos: o ano do Corinthians

O Corinthians viveu um ano imprevisível em 2025, mas com um final feliz para a Fiel Torcida. Mesmo com crise política, muitas dívidas e pouco investimento, o Timão voltou a conquistar títulos.
Fora das quatro linhas, a instabilidade no cenário político do Alvinegro passa pelo impeachment de Augusto Melo e a eleição de Osmar Stabile como novo presidente. Além disso, os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves foram denunciados pelo MP por apropriação indébita e outros crimes.
Para além da crise política, a crise financeira permaneceu no Corinthians, com a dívida chegando a R$ 2,7 bilhões.
Pouco investimento e transfer ban
A crise impactou diretamente no futebol do Timão, que não investiu nenhuma quantia diretamente em contratações. Na janela do início do ano, Fabrizio Angileri chegou sem custos após rescindir com o Getafe. Já no meio da temporada, Vitinho foi contratado nos mesmos moldes após passagem pela Arábia Saudita.

Dias após a chegada do atacante, a Fifa impôs ao Corinthians um transfer ban por conta do não pagamento de valores em aberto da contratação do zagueiro Félix Torres junto ao Santos Laguna, do México.
Com isso, Dorival se viu obrigado a buscar reforços nas categorias de base do Timão, promovendo então nomes como Gui Negão, Dieguinho e André ao time profissional. Os garotos ganharam espaço e foram importantes na reta final da temporada.
Em campo
Um ano que começou com a decepção de uma nova queda na pré-Libertadores, logo deu lugar à comemorações. Em abril, o Corinthians quebrou um jejum de seis anos sem títulos ao superar o Palmeiras e conquistar seu 33º troféu do Campeonato Paulista.

O desempenho ruim na Copa Sul-Americana terminou com uma eliminação precoce, ainda na fase de grupos, e com isso o Timão permaneceu apenas com as disputas da Copa do Brasil e do Brasileirão.
Com o passar dos meses, o Alvinegro foi se mostrando irregular no Campeonato Brasileiro, e sequer brigava por uma vaga à Libertadores pela competição de pontos corridos. Porém, na Copa do Brasil a história era completamente diferente.
Foco na Copa do Brasil

No principal mata-mata nacional, o time de Dorival Júnior protagonizou uma campanha sólida. Primeiramente o Corinthians eliminou o Palmeiras nas oitavas de final, com vitórias nos dois jogos, o que levantou o ânimo do time e da torcida. Em seguida, triunfou sobre o Athletico e a partir daí ficou apenas “administrando” o elenco já de olho nas semifinais do torneio.
Já sem grandes ambições no Brasileirão, o Corinthians foi se preparando com paciência para as fases finais da Copa do Brasil, e passava a sensação de ter “deixado de lado” o torneio de pontos corridos. Ao fim da Série A, o Timão ficou na 13ª colocação, atrás do rival Santos, que brigou para não cair ao longo do ano.
“Final Four” na CDB

Chegado o primeiro desafio da semifinal do mata-mata, o Corinthians surpreendeu o Brasil com um futebol totalmente diferente do que vinha sendo apresentado. No Mineirão, o clube paulista se impôs diante da qualificada equipe do Cruzeiro e venceu por 1 a 0, com gol de Memphis Depay. Já no jogo de volta, foi superado por 2 a 1, mas nos pênaltis brilhou a estrela de Hugo Souza, que defendeu duas cobranças e ajudou o Alvinegro a avançar para a decisão.
Diante do Vasco, o Corinthians tinha a missão de vencer o sonhado tetracampeonato da Copa do Brasil, afinal, já havia batido na trave em 2018 e 2022. Para além disso, o título significaria a disputa da Libertadores em 2026.

O jogo de ida foi decepcionante para a torcida, que lotou a Neo Química Arena, mas viu um morno zero a zero em campo. Já na volta, no Maracanã, o Corinthians venceu por 2 a 1 e fechou o ano com chave de ouro conquistando o título da CDB. Yuri Alberto e Memphis Depay foram os responsáveis pelos gols do título, mas Breno Bidon teve papel imprescindível com uma jogada genial na origem do lance do segundo gol.
Para 2026, o Timão não tem garantias de que não viverá turbulências, mas chega no novo ano como o único paulista a soltar o grito de campeão nesta temporada, de olho nas disputas da Supercopa do Brasil, do Paulistão, do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores.








