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ESPORTES

Entenda como o Barcelona saiu do “buraco” para voltar a ser temido

Publicado em

David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images

Depois de um começo de temporada ruim, com o seu maior ídolo, Lionel Messi, indo embora, eliminação na fase de grupos da Champions League e derrotas para rivais, o torcedor do Barcelona ficou sem a mínima esperança de dias melhores.

No entanto, o clube parece ter dado a volta por cima mais rápido do que se imaginou. E a confirmação da boa fase veio em grande estilo: goleada por 4 x 0 no Real Madrid em pleno Santiago Bernabeu.

Por sinal, golear adversários marcando 4 gols tem sido uma rotina nos últimos jogos do clube blaugrana, o que demonstra que o placar do El Classico do último domingo (20/3) não foi coincidência. Das últimas 8 vitórias, em 6 delas o Barça marcou quatro gols.

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Porém, para explicar essa melhora no rendimento, é necessário retroceder a um momento chave: a contratação do técnico Xavi Hernández, ex-jogador e ídolo dos Culés. Identificado com o clube, o técnico voltou ao Barcelona em novembro de 2021 dizendo que precisava “resgatar” a identidade da agremiação.

Para voltar aos tempos áureos, portanto, o treinador entendia que a filosofia de Johan Cruijff (técnico da equipe no século passado), implementada por Pep Guardiola, precisava novamente ser o caminho para o Barcelona.

Assim, Xavi começou a preparar sua equipe com uma metodologia de jogo bem definida, com a qual o clube foi muito vitorioso no passado recente.

O aproveitamento de lá pra cá é de 65%, número que não é maior em razão de tropeços nos primeiros compromissos da equipe sob novo comando. Ainda assim, são apenas 4 derrotas em 26 jogos disputados. São 12 partidas de invencibilidade desde o último revés.

Peças no elenco

Apesar do otimismo com a vinda de Xavi Hernández, muitos duvidavam que o técnico pudesse fazer um bom trabalho, já que o elenco carecia de jogadores com qualidade reconhecida. A crise finaceira pela qual o clube passa seria um fator que impediria a montagem de um elenco qualificado.

Entretanto, durante a janela de transferência de inverno, no último mês de janeiro, o Barça foi criativo. Buscou a contratação de jogadores em fim de contrato ou mesmo por empréstimo, o que possibilitou a aquisição de novos reforços sem precisar gastar com multas rescisórias altas.

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Jogadores como os atacantes Pierre Aubameyang (Arsenal), Ferran Torres (Manchester City) e Adama Traoré (Wolverhampton) encaixaram muito bem no esquema de jogo proposto e desde então vêm se destacando.

Tempo ao tempo

Além de novas peças e um esquema de jogo definido, foram necessários alguns jogos, inclusive com derrotas, para que as ideias de Xavi fossem entendidas pelos atletas e, consequentemente, bem executadas em campo.

Desde a estreia do treinador contra o Espanyol, foram três meses de convivência com novos treinamentos até que houvesse o ápice, com a goleada no rival na casa deles.

Chama atenção o pouco tempo para que os jogadores assimilassem o modelo de jogo de Xavi, afinal muitas equipes demoram mais de uma temporada até que seu esquema de jogo esteja sólido e rendendo frutos. Pep Guardiola e Jürgen Klopp passaram longe de ter sucesso em suas temporadas de estreia por Manchester City e Liverpool, respectivamente.

Consolidação

Apesar de voltar a ser competitivo na Espanha, só será possível saber se o Barcelona voltou para ficar quando houver embates com potencias europeias. Vale lembrar que nos últimos anos, mesmo lutando por títulos nos torneios locais, o clube teve derrotas vexatórias como 4 x 0 para o Liverpool e o humilhante 8 x 2 para o Bayern de Munique.

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