Ex-jogador do Boca teria ameaçado matar família de ex se ela não tirasse a própria vida

O pai de Anabelia Ayala, ex-namorada de Óscar Junior Benítez, ex-jogador do Benfica e do Boca Juniors, relatou à promotora de Justiça que o atleta teria ameaçado matar todos os familiares da jovem se ela não se suicidasse. Além disso, o familiar afirmou que Benítez assistiu por vídeochamada ela tirando a própria vida. A informação foi divulgada pela agência de notícias Télam, da Argentina.

Anabelia, de 29 anos, foi encontrada morta em sua casa na cidade de Almirante Brown, em Buenos Aires, Argentina. Os dois tiveram um relacionamento entre 2018 e 2019, mas terminaram em meio a denúncias de violência doméstica e abusos. A família dela acusa o jogador de ter continuado a assediar a jovem mesmo quando havia uma ordem de restrição de 300 metros e ele já estava em prisão domiciliar.

Após a morte dela, a Justiça de Lomas de Zamora revogou a prisão domiciliar do atleta e ele foi conduzido à detenção por solicitação da promotora do caso, Marcela Dimundo. A detenção ocorreu na última sexta-feira, e Benítez foi levado à 2ª esquadra de Esteban Echeverría, onde aguarda transferência para a Alcaidía Departamental.

A promotora destacou que o pedido de prisão se baseia não apenas no descumprimento das restrições, mas também na gravidade do caso, já que agora também é investigada a morte de Anabelia. Segundo depoimentos de testemunhas, Benítez teria desrespeitado as medidas em pelo menos duas ocasiões em dezembro.

O advogado da família, Rodrigo Tripolone, também solicitou a revogação da prisão domiciliar. Ele argumentou que, no dia 30 de dezembro, Benítez foi à casa da vítima, conforme relatado pelo pai de Anabelia, que alegou que o jogador ameaçou matar toda a família caso ela não cometesse suicídio.

A autópsia confirmou que Anabelia morreu por asfixia por compressão extrínseca do pescoço, compatível com suicídio. Além disso, a família dela entregou às autoridades o tablet usado pela vítima para se comunicar com o jogador por vídeochamada e um celular encontrado em seu banheiro, que será examinado nos próximos dias.

Os porta-vozes judiciais confirmaram à Télam que Benítez enfrenta acusações de quatro atos de ameaças à família de sua ex-companheira. Um acordo entre o Ministério Público e a defesa sugere uma condenação de quatro anos de prisão em um julgamento, mas isso será definido pelo responsável pela prisão do jogador.

O advogado da família da vítima não concorda com o acordo e afirma que solicitará que o caso seja levado a julgamento oral. No entanto, a decisão final sobre o acordo dependerá da Justiça.