ESPORTES
Giullia Penalber perde de chinesa e fica sem medalha de bronze no wrestling
A brasileira Giullia Penalber, de 32 anos, estreante em Olimpíada, fez história, mesmo perdedo a medalha de bronze para a chinesa Kexin Hong, da categoria até 57kg, do wrestling estilo livre, nesta sexta-feira, 9, nos Jogos Olímpicos de Paris.
A ganhou por 10 a 0 e fez os dois primeiros tempos com a cruzeta. Giulllia tentou um ataque de pé, mas não conseguiu. A rival fez mais dois pontos e chegou a oito a zero. A brasileira conseguiu ganhar dois pontos, mas a chinesa recuperou e fechou em 10 a 0.
Foi a primeira vez que o Brasil competiu pelo pódio no esporte, alcançando a melhor colocação do País na modalidade em Olimpíadas e superando, inclusive, a melhor colocação que pertencia a Rosângela Conceição, que ficou em oitavo lugar na categoria até 72kg de Pequim-2008.
Na repescagem
Giullia Penalber venceu a alemã Sandra Paruszewski na repescagem da categoria até 57kg do wrestling estilo livre nesta sexta-feira, 9.
A brasileira começou muito bem, tendo o total controle da luta. A rival levou uma penalidade, não conseguiu pontuar em 30 segundos e, por isso, a brasileira ganhou o ponto no primeiro round.
No começo do segundo round, Giullia conseguiu aplicar o primeiro golpe e logo fez 5 a 0, conseguindo controlar o ímpeto da adversária. Faltando um minuto, Giullia ampliou e ganhou mais 2 pontos e consolidou a vitória em 7 a 0.
Trajetória de Giullia em Paris
Giullia fez a sua estreia em Paris diante de Rckaela Maree Ramos Aquino, de Guam, venceu rapidamente e emendou uma imobilização com a adversária de costas no chão.
Logo a seguir, encarou a moldava Anastasia Nichita, que havia ganho da alemã Sandra Paruszewski por 9 a 0 na pontuação. O início do duelo foi bem travado na postura, e a luta não se desenvolvia.
A brasileira até levou uma advertência por falta de combatividade, virou punição e um ponto. A seguir, a moldava derrubou a brasileira, conseguiu o encostamento e ganhou.
Começou no judô
Giullia nasceu no Rio de Janeiro e começou nos esportes lutando judô na infância, com 3 anos. Com a mudança de regras no esporte, em 2010, proibindo as pegadas de perna, justamente um dos seus principais golpes, ela até tentou se adaptar, mas os resultados expressivos não aconteceram.
A atleta brasileira resolveu mudar de esporte e foi para o wrestling, ganhando destaque. A mudança definitiva de prática esportiva aconteceu aos 18 anos.
Na modalidade, foi bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2023, além de ter ficado em primeiro lugar nos campeonatos Pan-Americanos de 2020 e 2021. Com vários títulos, se classificou para disputar a sua primeira Olimpíada.
Vale lembrar que Giullia Penalber é irmã do judoca brasileiro Victor Penalber, que competiu nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, na categoria até 81kg, sendo eliminado nas oitavas de final.
O que é wrestling
Wrestling é uma luta olímpica que é disputada em duas categorias: a luta livre (freestyle wrestling) e a greco-romana, que foi introduzida nos Jogos desde a primeira edição moderna em Atenas, 1896 se tornando um evento fixo em 1908.
Já a luta livre fez a sua estreia em 1904 e integra o programa olímpico desde 1920. O wrestling feminino foi incorporado apenas nos Jogos de Atenas, em 2004.
A principal diferença entre as formas de wrestling está nas técnicas permitidas para ataque e defesa. Na luta livre, os atletas usam a parte superior e inferior do corpo, o que amplia as possibilidades de movimentos e estratégias. Esta flexibilidade permite aos atletas explorar uma variedade de técnicas com ataques nas pernas e diversas quedas.
O objetivo no wrestling é dominar ou imobilizar o rival, buscando colocar seus ombros no tatame. As lutas são pontuadas com base em golpes, arremessos e quedas, e os competidores podem ganhar pontos extras por reversões ou infrações do adversário.
Cada round tem três períodos de dois minutos, com intervalos de 30 segundos. A luta livre permite o uso de membros superiores e inferiores, e a greco-romana restringe as técnicas à parte superior do corpo. As regras proíbem movimentos perigosos, como torções de braços, sufocamentos, golpes com joelhos ou cotovelos e garante a integridade física dos atletas.