ESPORTES
Igor Gomes e Jandrei sabotam o São Paulo de Rogério Ceni. 3 a 1 para o Atlético Goianiense na semifinal da Copa Sul-Americana
Cada um tem enorme responsabilidade na frustrante derrota.
A começar pelo meia, que tanto a diretoria tentou vender nesta janela de transferência.
Aos 39 minutos do primeiro tempo, quando a partida estava empatada em 1 a 1, Igor Gomes, no meio-campo, deu um carrinho tão violento quanto desnecessário em Edson Fernando. E foi corretamente expulso pelo venezuelano Jesús Valenzuela.
A atitude lastimável deixou o São Paulo com um jogador a menos, o que facilitou a partida para o competitivo, mas limitado elenco de Eduardo Baptista.
Aí foi a vez do inseguro, tenso, sem confiança Jandrei.
Aos 10 minutos do segundo tempo, Marlon Freitas cruzou rasteiro e Jandrei deixou a bola passar, de forma inacreditável. Diego Costa ainda tentou salvar, mas Shaylon empurrou para o fundo do gol são paulino.
Rogério Ceni, mesmo com um a menos, apostando na fragilidade do time goiano, adiantou seu time, tentando marcar sob pressão.
O resultado, óbvio, foi de muito espaço para contragolpes. E foi assim que Léo Pereira, jogador de grande velocidade, deixou Diego Costa bem atrás para bater cruzado, sem chance para o goleiro Jandrei.
3 a 1 para o Atlético Goianiense.
Igor Gomes. Uma das expulsões mais tolas, infantis de 2022. Carrinho violento no meio-campo
EVARISTO SA/AFP – 1/9/2022
“Vamos deixar a expulsão de lado. Aconteceu, mas até então estava 1 a 1, a gente tinha que ter segurado o placar, não era tão ruim. Mas tomamos mais dois gols. Temos que na semana que vem ter o apoio da torcida. Temos que sair classificados, não tem outra opção.
Fizemos coisas boas, infelizmente teve a expulsão.
“Isso atrapalha um pouco”, disse, incoerente, mas no final sincero, Luciano.
A Copa Sul-Americana é o torneio mais fácil, e o único, que o São Paulo tem para conquistar em 2022. Conseguiu chegar à semifinal, tendo pela frente uma equipe mergulhada em crise.
Seriamente ameaçada pelo rebaixamento e com novo treinador, Eduardo Baptista, que chegou apenas há quatro dias.
O que se esperava do entrosado time de Rogério Ceni era o domínio do jogo, atitude, postura vencedora diante de um adversário inferior. Mesmo com a partida sendo no Serra Dourada, em Goiânia. Até porque havia grande parte de torcedores são-paulinos acompanhando o jogo.
Só que não foi o que aconteceu. O Atlético Goianiense, com seu seu novo treinador, impressionou por comprar a briga, encarar, atacar o São Paulo. O time voluntarioso oferecia o que podia: luta pela posse de bola, contragolpes em velocidade e muita vibração. Entrou para jogar uma semifinal.
Já o São Paulo se mostrava pouco competitivo para jogo de tanta responsabilidade.
Rogério Ceni decidiu apostar no 3-5-2 para ter superioriade nas intermediárias, contra o 4-4-2 de Eduardo Baptista. Mesmo sem a gana necessária, o São Paulo conseguia encarar, travar o ímpeto dos jogadores adversários na estreia de um novo técnico.
Mas o ponto forte do Atlético Goianiense era o fraco do São Paulo. A ordem era forçar pela direita, explorando as costas do lateral Reinaldo. E foi assim que Dudu cruzou, aos 10 minutos, e Jorginho chegou antes que Jandrei para marcar 1 a 0.
O São Paulo não se afobou. Trocava bolas, fazia boas inversões. Sentia o espaço que tinha. E foi assim que Reinaldo ganhou dividida no meio-campo. Rodrigo Nestor capricha no cruzamento que encontra Luciano para empatar o jogo. 1 a 1.
A partida estava controlada. Com o time paulista começando a se impor. Passando a atuar com mais consciência, compacto, fechando os espaços. Até que Igor Gomes, que já tinha cartão amarelo, resolveu dar uma entrada violenta, sem justificativa, porque Edson Fernando estava no meio-campo. Com cobertura da defesa.
Shaylon comemora o gol contra o seu ex-clube. Liberdade pelo Atlético ter um jogador a mais
CONMEBOL
Expulsão irresponsável aos 39 minutos do primeiro tempo, vale a pena repetir.
O jogador tem de ser cobrado pela total falta de noção.
Ele sabotou o time.
O São Paulo passava a ter inferioridade numérica.
Eduardo Baptista mandou seu time atuar aberto pelas laterais, para enfrentar a possível retranca. Mas Ceni apostou alto e perdeu. Ele tentou deixar seu time jogando como se tivesse os mesmos 11 do Atlético.
Só que não tinha e abria espaço para contragolpes em velocidade, com prioridade pelo setor direito. Foi assim que, aos 10 minutos, o Atlético marcou 2 a 1.
Na falha bizarra de Jandrei. O cruzamento de Marlon Freitas passou pelo goleiro, que parecia um juvenil, e Shaylon não perdoou o ex-clube. 2 a 1.
Com um jogador a menos e perdendo o jogo, Ceni seguiu pedindo a seu time que atacasse. E adiantou as linhas.
Em um contragolpe previsível, Léo Pereira marcou 3 a 1, aos 32 minutos.
Sorte do São Paulo que o Atlético Goianiense não forçou.
Porque poderia ter sofrido uma goleada que acabaria com a semifinal.
Mas, apesar dos dois gols de vantagem, o São Paulo ainda pode sonhar em reverter o placar, na próxima quinta-feira, no Maracanã.
O elenco de Eduardo Baptista é muito inferior.
Basta que jogadores de Ceni não sabotem o time.
Como fizeram Igor Gomes e Jandrei…