Injúria racial: MPAC denuncia dois jogadores de futebol

Em um episódio lamentável que mancha o futebol acreano, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) denunciou dois jogadores de futebol por injúria racial durante partida do Campeonato Acreano Sub-20. O incidente, ocorrido no dia 17 de junho no estádio Antônio Aquino Lopes, em Rio Branco, expôs a persistência do racismo no esporte e a necessidade de combate a essa prática abjeta.

Os denunciados, em atos distintos durante a partida, proferiram ofensas racistas contra um atleta adversário, utilizando expressões pejorativas e gestos ofensivos que visavam desqualificá-lo por sua raça e cor. Essas ações configuram crime previsto na Lei nº 7.716/89, demonstrando a gravidade da situação e o impacto devastador da injúria racial na vida do atleta e na comunidade esportiva.

O MPAC, ao oferecer a denúncia, reforça a importância da escuta qualificada da vítima e a necessidade de aplicação do Protocolo de Julgamento com Perspectiva Racial, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse protocolo visa garantir que a gravidade dos atos seja devidamente reconhecida e que a experiência da vítima seja central no processo, evitando interpretações que minimizem o ocorrido.

A decisão do MPAC de não propor acordo de não persecução penal, em consonância com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstra o compromisso em punir com rigor os crimes raciais. A denúncia, portanto, requer o prosseguimento da ação penal, com a citação dos acusados e a aplicação da lei, enviando uma mensagem clara de que o racismo não será tolerado no futebol acreano, nem em qualquer outro espaço da sociedade. O caso serve como um alerta para a urgente necessidade de conscientização e combate ao racismo estrutural que persiste no esporte e na sociedade como um todo. A luta por um futebol mais justo e inclusivo exige a mobilização de todos.