ESPORTES
Jogadora diz que suecas tiveram que mostrar genitália para provar que eram mulheres
Durante a Copa do Mundo Feminina de 2011, na Alemanha, as jogadoras de futebol da Suécia foram obrigadas a se submeter a exames médicos intrusivos para comprovar que eram mulheres. A ex-capitã da equipe, a zagueira Nilla Fischer, revelou essa situação em seu livro recentemente lançado, intitulado I Didn’t Even Say Half Of It (“Eu Nem Disse Metade Disso“, em tradução livre).
Segundo o jornal americano NY Post, os exames foram conduzidos por uma fisioterapeuta em nome do médico da equipe. As jogadoras receberam instruções para não fazerem depilação na região genital nos dias anteriores e foram solicitadas a mostrar suas genitálias ao médico.
“Pensamos: ‘Por que somos forçados a fazer isso agora, deve haver outras maneiras. Devemos recusar? Ao mesmo tempo, ninguém quer arriscar a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo’. Nós apenas temos que fazer, não importa o quão doente e humilhante pareça”, disse Nilla.
Embora o ambiente da equipe parecesse seguro, não ficou claro por que os exames invasivos foram escolhidos em vez de outros métodos, como testes de DNA, para determinar o gênero das jogadoras. Nilla Fischer rapidamente se submeteu ao exame, baixando suas calças e calcinha de treino, enquanto o fisioterapeuta acenava com a cabeça em aprovação e o médico, de costas para a porta, observava. Ao realizar esses exames em todas as jogadoras da equipe, o médico podia afirmar que a seleção sueca de futebol feminino era composta apenas por mulheres.
Segundo o NY Post, esses testes foram realizados em resposta a alegações feitas pela Nigéria, África do Sul e Gana de que a equipe da Guiné Equatorial tinha três homens entre seus membros: Genoveva Anonma, Slimata Simpore e Biliguisa Simpore.
Na época, Mats Börjesson, médico da seleção sueca em 2011, afirmou que tais exames teriam sido exigidos pela Fifa.