ESPORTES
Jogadoras da África do Sul são chamadas de ‘mercenárias’ após protesto antes da Copa

A seleção feminina da África do Sul se vê em crise às vésperas da Copa do Mundo na Austrália. Acusando a Federação Sul-Africana de Futebol de não fazer o repasse de premiações da Fifa pela participação no Mundial, as jogadoras se recusaram a entrar em campo em um amistoso contra a Botsuana no último domingo, 2.
Na edição de 2023, em uma iniciativa inédita, a Fifa promoveu o pagamento de U$ 30 mil, cerca de R$ 144 mil, a cada atleta convocada para a Copa do Mundo. O valor aumenta conforme as equipes avançam na competição.
As jogadoras da seleção da África do Sul, conhecida como ‘Banyana Banyana’, alegam, porém, que a premiação foi retida pela Federação Sul-Africana de Futebol (SAFA). Em um comunicado nas redes sociais, o ministro de Esportes do país, Zizi Kodwa, afirma que “tomou conhecimento das sérias preocupações expressas pela seleção” e que entrou em contato com o presidente da SAFA e com o sindicato dos atletas de futebol da África do Sul.
À imprensa local, um dirigente da federação, que não foi identificado, criticou o compartamento das jogadoras e chamou as atletas convocadas pela técnica Desiree Ellis de “mercenárias” e “traidoras”.
Além da falta de pagamento do prêmio, as jogadoras também protestaram contra as condições do Estádio Tsakane, localizado a 50 quilômetros de Joanesburgo, palco do amistoso. Para não perder o compromisso, a SAFA convocou 15 atletas que não disputarão o Mundial para enfrentar a Botsuana. A seleção improvisada, que sequer tinha uma goleira reserva, perdeu de 5 a 0 para as visitantes.
Atual vencedora da Copa das Nações Africanas Feminina, a seleção da África do Sul está no Grupo G da Copa do Mundo Feminina da Austrália e enfrenta as equipes da Argentina, Itália e Suécia. A Banyana Banyana estréia no campeonato em 23 de julho, contra as suecas.
