ESPORTES
Jornalista que acusou mascote do Inter de importunação sexual diz estar aliviada com indiciamento
A jornalista Gisele Kümpel, da rádio Canal Monumental, de Porto Alegre, disse estar aliviada com o indiciamento de Gustavo Acioli, que foi acusado de importunação sexual contra ela enquanto atuava como mascote do Internacional. O homem de 30 anos foi indiciado pelo crime após o ocorrido no último Gre-Nal.
Segundo a jornalista disse em entrevista ao Fim de Papo, do UOL, ela sofreu diversos ataques na internet após ser vítima de importunação sexual, sendo chamada de mentirosa, e até duvidou de si mesma.
“Essa pauta é séria e tem que ser debatida, os acontecimentos do último mês provam isso. Hoje, a gente teve a finalização do inquérito policial da denúncia que eu fiz no dia 25 de fevereiro, que foi o dia do Gre-Nal, e eu confesso que estou num misto de sentimentos. Eu fui muito agredida verbalmente nas redes sociais”, disse.
Para Gisele, o mascote, Gustavo, tinha “o benefício da dúvida”, e ela não. “Eu já estava sendo julgada como mentirosa. As pessoas queriam ver as imagens para absolvê-lo, ninguém queria ver as imagens para me acolher como vítima”, continuou.
Para ela, o caso não foi questão de coragem para denunciar, porque deveria ser algo normal. “A gente tem que naturalizar a denúncia, naturalizar esse processo da mulher reclamar quando seu corpo é tocado sem consentimento”.
Ao relatar a importunação sexual durante o boletim de ocorrência, ela disse que sentiu que foi beijada. “Eu tinha ouvido o estalo do beijo e que eu tinha sentido no meu pescoço inclusive o suor dele. Eu senti aquilo ali, foi o que me impactou”, relatou.
Na internet, ela foi questionada se seria possível o homem ter levantado a máscara, e foi acusada de estar mentindo. “E ali comecei a duvidar do que eu tinha sentido, vejam bem, será que foi só um abraço? Eu comecei a dar uma atenuada nessa fala porque eu já não lembrava mais, a gente tem um apagão”.
Segundo o depoimento de Gustavo Acioli, ele admitiu que tinha beijado a jornalista, e que a máscara fica acima da boca. “Eu não estava louca”, disse Gisele. “Então, aconteceu mesmo o que eu senti, isso é muito sério porque mexem até com o nosso psicológico quando a gente faz a denúncia”, completou.