ESPORTES
Luiz Henrique nega acusação de manipulação de apostas: ‘Querem apagar o meu brilho’
O atacante Luiz Henrique se defendeu das acusações de manipulação de apostas esportivas na Espanha, após a vitória de 5 a 0 do Botafogo sobre o Peñarol no jogo de ida da semifinal da Libertadores, na noite desta quarta-feira, 24.
Na zona mista com jornalistas, ele negou a participação no esquema. “Não tem nada a ver isso [com apostas]. Eu acho que querem apagar o meu brilho, mas eu sei que não vão conseguir, eu sei que Deus está comigo, minha família está comigo e nada disso aconteceu”, declarou.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo espanhol abriu uma investigação para verificar o envolvimento do atacante do Botafogo em uma “organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas”.
As informações obtidas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), durante a Operação Penalidade Máxima no ano passado, foram repassadas às autoridades espanholas em novembro de 2023. Um ofício enviado pelo Ministério da Justiça informa aos promotores goianos sobre a investigação criminal que ocorre na Espanha.
Luiz Henrique é relacionado pela primeira vez ao empresário Bruno Lopez de Moura, apontado no documento como o chefe da quadrilha. Conforme as investigações de MP, Moura seria um intermediário entre os jogadores e apostadores. Ele também remunerava os atletas para que manipulassem os resultados, como por exemplo, recebendo um cartão amarelo.
A operação teve duas fases, na qual 15 atletas foram denunciados, sendo a maioria de times pequenos e médios do futebol brasileiro.
O novo ofício faz parte do processo aberto em novembro, de cooperação judiciária em matéria penal, que tramita dentro do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Esse setor é responsável por receber, analisar, adequar, transmitir e acompanhar o cumprimento de pedidos de cooperação entre o Brasil e países estrangeiros.
Luiz Henrique apareceu na investigação da SportsRadar, empresa que monitora movimentações suspeitas em apostas, devido ao volume incomum de apostas de que ele, então atacante do Bétis, time espanhol, e Lucas Paquetá, que estava no West Ham, na Inglaterra, receberiam cartões amarelos durante as partidas que jogavam, o que de fato ocorreu. O atacante não chegou a ser investigado na Espanha, e em janeiro, foi vendido ao Botafogo.
Conforme uma reportagem do UOL, que trouxe o caso à tona no mês passado, familiares de Paquetá teriam feito transferências, que chegavam a R$ 40 mil para Luiz Henrique. As transações bancárias ocorreram dias após o jogador receber cartões amarelos enquanto ainda jogava pelo Bétis.
À reportagem, a La Liga e a Federação Espanhola informaram que na época não abriram procedimentos disciplinares contra Luiz Henrique, enquanto o Botafogo citou um certificado da federação espanhola dizendo que não havia “investigação ou pendência jurídica” envolvendo Luiz Henrique.