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Morre Wladimir Pomar, que coordenou as primeiras campanhas de Lula

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Escritor e ex-preso político, Wladimir Pomar faleceu aos 86 anos — Foto: Reprodução

O escritor e militante de esquerda Wladimir Pomar morreu na madrugada desta sexta-feira (9) aos 86 anos. Ele foi membro da direção do PT e coordenador das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1986, pra deputado federal, em em 1989, para a Presidência da República. Militante político desde a juventude, ele ajudou a reorganizar o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em 1962, legenda em que atuou no comitê central até 1981.

Preso pela ditadura em 1964 ao se opor ao golpe militar que havia se dado naquele ano, ele foi solto e viveu na clandestinidade na década de 1970, até foi detido novamente em 1976. Na ocasião, grupos de esquerda se reuniam em uma casa na Lapa, em São Paulo, quando agentes da ditadura invadiram o local e mataram o pai dele, Pedro Pomar, além de Ângelo Arroyo e João Batista Franco Drummond.

Após a Lei da Anistia, em 1978, Wladimir Pomar deixou o PCdoB em 1981, do qual foi expulso, e entrou para as fileiras do PT, coordenando a vitoriosa campanha de Lula para deputado em 1986 e a campanha que levou o petista ao segundo turno contra Fernando Collor de Mello em 1989. Na ocasião, Lula acabou derrotado.

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Pomar é autor de diversos livros reconhecidos na esquerda brasileira, como diversos estudos sobre a China. Entre eles estão “O Enigma chinês: capitalismo e socialismo”, “China, o dragão do século XIC”, “Revolução Chinesa” e “China – Desfazendo mitos”.

Seu filho, Valter Pomar, explicou o que levou à morte do pai em texto distribuído nesta sexta e explicou que havia planos de reunião da família no dia 14 de julho para celebrar os 87 anos que o pai completaria. “As complicações resultantes de uma displasia impediram isso e o fizeram ter um fim de vida terrivelmente sofrido, totalmente diferente do que ele às vezes disse quere ter, e particularmente injusto para com um camarada tão gentil”, lamentou.

Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) lamentou a morte do político. “Com profundo pesar que me despeço de um dos mestres que forjaram a minha militância na adolescência: hoje faleceu Wladimir Pomar. Ele, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, foi incansável no combate à ditadura e deixou um legando inestimável na nossa formação política. Meu abraço nos familiares e admiradores, companheiros e companheiras. Que encontrem conforto! Wladimir Pomar, presente!”, comentou nas redes sociais.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também comentou o falecimento. “Wladimir Pomar foi um grande intelectual e militante. Referência dentro do Partido dos Trabalhadores e para a esquerda brasileira, lutou arduamente contra a ditadura. Seu legado está marcado na história. Meus sentimentos a todos os familiares e amigos!”, disse.

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