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ESPORTES

Rei do futebol, Pelé morre aos 82 anos após luta contra o câncer de cólon

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Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu aos 82 anos nesta quinta (29). O rei do futebol travava uma luta contra um câncer de cólon desde setembro de 2021. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após apresentar um quadro de inchaço pelo corpo, insuficiência cardíaca e confusão mental.

Nesta semana, o ídolo já havia apresentado uma piora. Os médicos informaram que o câncer avançou para os rins e coração.

Em 30 de novembro, Pelé havia chegado ao centro médico acompanhado da mulher, Márcia Aoki. O ex-jogador passou por uma série de exames para detectar o motivo de a quimioterapia não ter sido suficiente para o tratamento contra a doença. A equipe médica do hospital chegou a afirmar que o quadro do veterano era estável.

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O eterno camisa 10 apareceu nas redes sociais um dia depois da internação para dizer que estava bem. Durante as transmissões dos jogos do Brasil na Copa do Mundo, Galvão Bueno atualizava o estado de saúde do craque com pedidos de orações aos telespectadores. Kely e Flávia Nascimento, filhas de Pelé, se revoltaram com os boatos de que ele estaria piorando.

“Ele não está na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], não está em risco. Está em tratamento. É muito injusto falarem que ele está em fase terminal. Não é isso. Acreditem na gente. A gente não quer mentir. Vai mentir por quanto tempo se está assim bem no fim?”, indagou Kely em entrevista ao Fantástico no início de dezembro.

O ex-atleta descobriu o câncer em setembro do ano passado. Ele passou por uma cirurgia para a retirada do tumor e fez sessões de quimioterapia até dezembro de 2021. Dois meses depois, em fevereiro deste ano, o ex-futebolista ficou internado durante duas semanas com uma infecção urinária.

Com a saúde delicada, Pelé se afastou da mídia e passou a fazer raras aparições públicas. No início deste mês, ele enviou um recado em vídeo para Galvão Bueno no Domingão com Huck. Na resposta, o narrador da Globo ressaltou: “Ele está disputando o maior jogo da sua vida na sua luta pela saúde”.

Em 24 de dezembro, a família do ex-jogador se reuniu com ele no hospital para passar a véspera do Natal. A filha dele, Kely, fez uma publicação no Instagram para atualizar seus seguidores.

“Feliz natal. Gratidão, amor, união, família. A essência do Natal. Agradecemos todos vocês por todo amor e luz que encaminham. Nessa vida louca e surpreendente, eu não seria nada sem eles. Hoje e sempre, feliz Natal, feliz tudo”, escreveu a herdeira. Ela e a irmã Flavia permaneceram ao lado do pai desde que ele foi internado, em 29 de novembro.

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Em outro depoimento na rede social, Kely desabafou sobre seu sofrimento em relação ao estado de saúde do pai. “Esses momentos são difíceis de explicar. Às vezes muita tristeza e desespero, outros momentos rimos e falamos de memórias divertidas”, contou ela, em 28 de dezembro.

O legado de Pelé

Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações, cidade do interior de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940. Ele foi descoberto pelo Santos Futebol Clube aos 15 anos e, um ano depois, também passou a defender a Seleção Brasileira. Ídolo internacional, Pelé acumula recordes no esporte.

O ex-atleta é o único jogador de futebol a conquistar três Copas do Mundo da Fifa –em 1958, em 1962 e em 1970. Na Seleção Brasileira, o craque marcou 77 gols em 92 jogos oficiais. No total, Pelé realizou 1283 gols em 1363 jogos que incluem amistosos não oficiais, um recorde mundial do Guinness World Book.

Entre 1995 e 1998, o futebolista foi nomeado ministro do Esporte durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. “Eu era jogador de futebol, gostava de jogar, gostava muito, mas eu não sou político, eu sou brasileiro”, relatou no documentário Pelé (2021), produzido pela Netflix.

“A gente torce para que o povo não sofra, para que os políticos honestos estejam para administrar o país, mas infelizmente não podemos mudar”, continuou. “Quando aceitei trabalhar com Fernando Henrique Cardoso como ministro do Esporte eu aceitei porque achava que era momento de ajudar o Brasil”.

Aventuras pelo audiovisual

Além do sucesso no esporte, Pelé também apostou na carreira artística. A figura do mineiro esteve presente no cinema, na música e nos quadrinhos. Em 1986, ele participou das filmagens de Os Trapalhões e o Rei do Futebol, também estrelado por Renato Aragão e Dedé Santana.

“Quando soube que teria um trailer só para ele, agradeceu, mas dispensou. Queria ficar junto com todo mundo. Nas cenas de briga, Pelé ficava preocupado de não machucar os figurantes”, relatou Santana em uma entrevista de 2020. O filme estreou a três dias da final da Copa do Mundo do México, e foi visto por 3,6 milhões de espectadores.

Pelé nunca escondeu sua paixão pela música. Autor de mais 100 canções, o ex-atleta gravou um compacto com Elis Regina (1940-1982) em 1969 e também lançou um disco produzido por Sérgio Mendes em 1977.

Em 2006, ele gravou Peléginga, lançado apenas no mercado internacional. Com 12 músicas selecionadas entre as mais de 100 que compôs, o projeto vendeu 100 mil cópias.

“Nunca pensei que, um dia, pudesse viver da música ou do cinema. O dom que Deus me deu foi jogar bola. A música e o cinema simplesmente aconteceram. Entre cantar e atuar, acho que me saio melhor atuando”, pontuou Pelé em conversa com o jornal BBC.

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