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Tite assume o Flamengo após nove meses ‘desempregado’
Depois de nove meses “desempregado”, Tite volta a comandar um time de futebol. O escolhido pelo treinador foi o Flamengo. O Rubro-Negro confirmou o ex-técnico da seleção brasileira nesta segunda-feira (9), após demitir Jorge Sampaoli no dia 28 de setembro.
Tite chega para um contrato até dezembro de 2024, quando termina a gestão de Rodolfo Landim na presidência do clube. Será a primeira vez que ele comanda um time do Rio de Janeiro, já que teve a carreira marcada por times do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Entre os principais desafios do treinador está construir uma boa relação com Gabigol, que já falou mal do técnico, por não ter sido convocado para a Copa do Mundo do Catar, e trazer a paz para o Rubro-Negro.
Trajetória Tite
A trajetória do novo técnico do Flamengo é marcada por altos e baixos. Assim que se aposentou da carreira de jogador, o gaúcho começou a investir para se tornar um treinador profissional. Ele se formou em educação física pela PUC-Campinas e, em meados de 1990, treinou a primeira equipe, o Guarany de Garibaldi.
Em seguida, assumiu outros times do Rio Grande do Sul, de menor porte, como o Veranópolis, em que ganhou o primeiro título da carreira, com a conquista da segunda divisão gaúcha, em 1993.
Tite começou a ganhar visibilidade no Caxias, em 2000. Naquele ano, o time fez uma campanha surpreendente no Campeonato Gaúcho e superou o Grêmio, de Ronaldinho Gaúcho, para vencer a competição. Por ter se tornado “sensação”, um ano depois, foi contratado pelo próprio Tricolor Gaúcho e se consagrou campeão gaúcho pelo segundo ano consecutivo.
Também em 2001, com o Grêmio, Tite levantou a taça da Copa do Brasil, após bater o Corinthians na final, e permaneceu na equipe até 2003.
Depois de uma passagem de dois anos no São Caetano, o técnico desembarcou na capital para treinar um dos maiores times do Brasil, o Corinthians.
Apesar da situação desfavorável do Timão, que lutava contra o rebaixamento, o profissional levou a equipe para o quinto lugar no Brasileiro. O trabalho “morno” do gaúcho fez com que a primeira passagem pelo clube durasse até 2005, quando ele pediu demissão, durante o Campeonato Paulista.
Logo em seguida, Tite assumiu o Atlético-MG para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2005 e teve um trabalho frustrado, ao ver o time mineiro ser rebaixado após 13 vitórias, oito empates e 22 derrotas.
Em maio de 2006, foi a vez de outro time da elite ter Tite como técnico: o Palmeiras. Mas foi uma passagem rápida. Após resultados ruins, o então diretor de futebol alviverde, Salvador Hugo Palaia, mandou Tite “calar a boca”. Horas depois, o treinador pediu demissão.
Foi a hora de o técnico “dar um tempo” do trabalho no Brasil e, no fim de 2007, assinar com clubes internacionais. O escolhido foi o Al-Ain, dos Emirados Árabes, mas depois de seis meses foi demitido por não concordar com um pedido dos dirigentes da equipe, para relacionar um jogador da seleção do país.
Em 2008, Tite foi para o Internacional, maior rival do Grêmio. No Colorado, conquistou diversos títulos, como a Copa Sul-Americana, o Campeonato Gaúcho de 2009, o vice-campeonato da Copa do Brasil e o vice da Recopa Sul-Americana.
No entanto, pelo baixo rendimento no Brasileirão 2009, o treinador foi demitido em outubro e voltou para os Emirados Árabes, em agosto de 2010, para treinar o Al-Wahda. A transferência do técnico durou apenas três dias, já que o cargo de técnico do Corinthians estava aberto pela demissão de Adílson Batista.
Na segunda passagem de Tite pelo clube alvinegro, ele se tornou ídolo. Na reta final do Brasileirão daquele ano, fez com que o time vencesse cinco de oito jogos e conquistasse a vaga Pré-Libertadores. Em 2011, foi vice-campeão paulista e campeão brasileiro, além de ter sido elogiado pela imprensa pelo bom trabalho.
O sucesso de 2011 seguiu em 2012, e o Corinthians de Tite foi campeão da Libertadores. No Mundial da Fifa daquele ano, o título também ficou para o Timão depois da vitória contra o Chelsea por 1 a 0.
Em 2013, o Corinthians não teve um bom desempenho na Libertadores nem na Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Grêmio, e Tite não teve o contrato renovado pela diretoria do clube paulista.
Em 2014, o gaúcho se manteve afastado da profissão, já que esperava ser convidado para comandar a seleção brasileira. A CBF, por outro lado, optou por Dunga. “Desempregado”, em dezembro de 2014, o treinador foi anunciado como treinador do Corinthians pela terceira vez.