“Moraes acha que tem o poder de decidir funções do Executivo. Não tem. Ordens ilegais não se cumprem”, disse Zambelli nesta segunda-feira (31/10), após o ministro Alexandre de Moraes mandar que a Polícia Rodoviária Federal e as PMs liberassem as vias ocupadas ilegalmente pelos extremistas. Zambelli chamou os extremistas de “ativistas”.
Na manhã desta terça-feira (1º/11), o país amanheceu com 271 bloqueios em estradas, mesmo após a decisão do Supremo. Os estados com mais bloqueios são Pará, Mato Grosso e Minas Gerais. Se os bloqueios se prolongarem, há risco de alta de preços de combustíveis em breve.
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Em um vídeo no mesmo dia, Zambelli acusou, sem provas, uma fraude eleitoral. “O resultado dessa eleição não reflete o sentimento da maioria da população”, disse, o que é falso. Em uma apuração sem qualquer indício de fraude, Lula recebeu mais votos do que Bolsonaro e, portanto, será o novo presidente. Zambelli não questionou as urnas quando Bolsonaro venceu em 2018, nem sequer agora em 2022, quando ela mesma se reelegeu à Câmara.
Na semana passada, véspera do segundo turno, Zambelli perseguiu com uma arma um homem negro em São Paulo. Também criticou a lei eleitoral, que restringe o uso de armas no dia da votação.
Nikolas Ferreira, o deputado mais votado nesta eleição e que não questionou esse resultado, escreveu na segunda-feira (31/10) que “Soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde”, enquanto extremistas bloqueavam dezenas de rodovias em todo o país.
O deputado Daniel Silveira, por sua vez, que foi condenado pelo STF por ameaçar ministros e atacar a democracia, enviou um áudio em que volta a acusar, sem provas, um “golpe” das urnas.
“Não adianta agora a reclusão de todos nós, a reclusão dele nos dá um recado claro. Golpe, não. Nós sofremos um golpe por um algoritmo, sistema que se perpetua há 26 anos, desrespeitando princípios constitucionais basilares. O silêncio do presidente diz muito. Talvez aquele ‘eu autorizo’ deve ser para você se autorizar. Agora é o momento”, afirmou Silveira, que foi derrotado na eleição para o Senado.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro e Jair Renan, um dos filhos de Bolsonaro, também publicaram mensagens nas redes sociais em meio ao bloqueio ilegal de estradas. As duas mensagens foram acenos sutis a Bolsonaro, com estímulos genéricos a “não desistir”. “Não desampararás, nem desistirás”, escreveu Michelle.
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Jair Renan afirmou o seguinte: “Verás que teu filho não foge à luta! O diabo me viu de cabeça baixa e sorriu, mas só até eu dizer amém. Eu carrego Bolsonaro em meu nome!”.