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GERAL

A desigualdade na luta contra o câncer: Tragédia das crianças indígenas

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Um estudo do Instituto Desiderata, “Panorama de Oncologia Pediátrica”, revelou uma triste realidade: a mortalidade por câncer em crianças e adolescentes indígenas é significativamente maior do que em outros grupos étnicos no Brasil.

Os dados, coletados pelo Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mostram que a taxa de mortalidade por câncer entre indígenas é de 76 óbitos por 1 milhão, enquanto entre crianças e adolescentes brancos a taxa é de 42,6 por 1 milhão. Essa diferença gritante evidencia uma disparidade alarmante no acesso à saúde e tratamento para o câncer infantil entre os indígenas.

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A Região Norte, lar de quase 45% da população indígena brasileira, apresenta a menor incidência de novos casos de câncer infantil, mas paradoxalmente, registra a maior taxa de mortalidade, com 47,5 óbitos por 1 milhão. A coordenadora do Serviço de Oncopediatria do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, Alayde Vieira, destaca que essa alta mortalidade pode estar relacionada à subnotificação de casos, mas também a diversos fatores, como:

-Dificuldade de acesso: A vastidão territorial, a falta de infraestrutura e a dificuldade de locomoção em áreas remotas dificultam o acesso das comunidades indígenas aos serviços de saúde.

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-Escassez de recursos: A Região Norte possui apenas 3 dos 77 hospitais habilitados em oncologia pediátrica no Brasil. Isso significa que muitos pacientes indígenas precisam se deslocar para outras cidades, muitas vezes sem condições financeiras para arcar com os custos da viagem e do tratamento.

-Abandono do tratamento: As condições socioeconômicas precárias, a necessidade de deixar outras crianças sob os cuidados de familiares e a falta de apoio familiar podem contribuir para o abandono do tratamento, aumentando as chances de óbito.

-Diferenças genéticas: Estudos revelaram que alguns indígenas metabolizam os medicamentos de forma diferente, o que exige protocolos específicos e aumenta a complexidade do tratamento.

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A situação exige ações urgentes e eficazes para garantir o acesso à saúde e tratamento adequado para crianças e adolescentes indígenas com câncer. É fundamental:

-Investir em infraestrutura: Ampliar o acesso a serviços de saúde de qualidade em áreas indígenas, com hospitais, clínicas e profissionais especializados.

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-Fortalecer políticas públicas: Criar programas de apoio financeiro e social para garantir que os pacientes indígenas possam se deslocar para receber tratamento e ter acesso a medicamentos e acompanhamento médico.

-Desenvolver protocolos específicos: Adaptar protocolos de tratamento para atender as necessidades específicas da população indígena.

-Promover a educação em saúde: Informar e conscientizar as comunidades indígenas sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer.

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A luta contra o câncer infantil exige equidade e justiça social. As crianças indígenas merecem o mesmo acesso à saúde e às mesmas chances de cura que qualquer outra criança no Brasil. É preciso agir para mudar essa realidade e garantir um futuro mais justo e saudável para todos.

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