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A história do grupo que tocou boiada, a pé, de Nova Olinda a Sena Madureira

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Residente no bairro do Bosque, em Sena Madureira, o empresário Edgar Matos, 73 anos de idade, é um dos personagens mais ilustres da história desse centenário município. Começou a trabalhar cedo para sustentar a família e antes de se tornar um dos comerciantes mais conhecidos de Sena exerceu outra profissão: açougueiro.

Foi nessa atividade que ele protagonizou  uma história marcante na companhia de outros três moradores. Por dentro da floresta, o grupo trouxe uma boiada da comunidade Nova Olinda, alto rio Iaco, até a zona urbana de Sena Madureira. “Eu trabalhava em um açougue e naquela época, década de 80, o gado era muito difícil de encontrar em Sena. Ficamos sabendo que o dono de nova Olinda tinha vendido a propriedade e também queria vender os bois. Com isso, fomos até lá para realizar a compra e abastecer o mercado de carne para os consumidores”, relembrou.

De ida até Nova Olinda, os quatro senamadureirenses foram de avião, mas na volta tiveram que enfrentar a pé a selva amazônica. “Enfrentamos uma dificuldade horrível trazendo os animais por dentro da mata, pelos varadouros e estradas de seringa. Naquela época tinha muita onça, mas graças a Deus nada aconteceu com a gente. De Nova Olinda, saímos no km 72 da BR-364, no Evandro, e de lá continuamos a pé até Sena Madureira”, enfatizou.

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O guia do grupo era Bartolomeu Gonzaga, que hoje é um empresário bem sucedido de Sena Madureira. “Nos dias que passamos na mata, tocando a boiada, o Bartolomeu nunca perdeu nós. Sempre a direção que ele indicava era a certa até a chegada na BR-364. Ele foi um grande parceiro. Outro detalhe: tinha um touro que só quem chegava perto dele era o Bartolomeu. Infelizmente, quando estávamos chegando perto da BR, esse touro que dava cerca de 500 quilos sofreu um acidente e tivemos que sacrificá-lo”, destacou.

Ao todo, o grupo trouxe para Sena Madureira nessa empreitada 35 cabeças de gado.

Há relatos de moradores que naquela época, em razão da escassez do produto, as pessoas tinham que entrar na fila para conseguir adquirir carne bovina, realidade essa que contrasta e muito com os dias atuais. Hoje, em vários bairros da cidade existe açougues para atender a população.

Edgar Matos trabalhou 8 anos como magarefe e depois mudou-se para o comércio de estivas, função que exerce até hoje.

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