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GERAL

Acre dobra número de médicos em 14 anos; mas qualidade da saúde preocupa

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Nos últimos 14 anos, o Acre testemunhou um aumento significativo no número de médicos, com a quantidade de profissionais duplicando de 750 em 2010 para 1.542 em 2024, conforme revela a Demografia Médica 2024, elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Essa mudança não apenas reflete um crescimento no número de profissionais de saúde, mas também levanta questões sobre a qualidade do ensino médico e a gestão dos recursos na área da saúde.

De acordo com o levantamento, a densidade de médicos por mil habitantes no estado passou de 0,92 para 1,82, um aumento que acompanha a tendência nacional, onde o Brasil alcançou a marca de 575.930 médicos ativos, resultando em uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes. Esse crescimento é, em parte, atribuído à expansão do ensino médico e à crescente demanda por serviços de saúde.

No entanto, o presidente do CFM, José Hiran Gallo, alerta: “Os dados indicam que o estado conta hoje com mais médicos. Mas a que custo? Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no País sem critérios técnicos mínimos, afetando a qualidade da formação dos estudantes de medicina.” Ele enfatiza que a qualidade da assistência médica não deve ser vista apenas como uma questão numérica, mas como uma necessidade de planejamento e gestão eficaz.

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No Acre, dos 1.542 médicos, 860 são homens e 682 são mulheres, com uma média de idade de 43 anos e um tempo médio de formação de 14,69 anos. A concentração de médicos é marcante na capital, Rio Branco, onde 75% dos profissionais atuam, resultando em uma densidade médica de 3,13 por mil habitantes, quase quatro vezes superior à média do interior, que é de apenas 0,80.

Além disso, a maioria dos médicos no estado não possui Registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE), com 942 profissionais sem essa certificação, enquanto 600 são especialistas. Essa disparidade levanta questionamentos sobre a formação e especialização dos médicos que atuam na região.

Em uma comparação mais ampla, a Demografia Médica também revela que a quantidade de médicos no Brasil quadruplicou desde a década de 1990, passando de 131.278 para 575.930 em janeiro de 2024. A população brasileira, por sua vez, cresceu de 144 milhões em 1990 para 205 milhões em 2023, segundo dados do IBGE, evidenciando que o número de médicos aumentou oito vezes mais do que o da população geral durante esse período.

Esse crescimento vertiginoso na quantidade de médicos apresenta uma oportunidade ímpar para melhorar os serviços de saúde no Acre e em todo o Brasil. Contudo, é imperativo que a sociedade e a administração pública se unam para debater e implementar estratégias que garantam não apenas a quantidade, mas também a qualidade da formação e do atendimento médico. A saúde da população depende de um sistema que valorize tanto a formação técnica dos profissionais quanto a gestão eficaz dos recursos disponíveis.

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