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Acreana que teve filho matriculado em creche de chacina faz desabafo: “Livramento”
Há pouco mais de 2 anos, a acreana Larissa Melo, decidiu ir para a cidade de Blumenau, interior de Santa Catarina, com o marido e o filho pequeno, em busca de novas oportunidades.
Em questão de semanas, ela e o marido conseguiram se estabelecer em empregos novos e precisaram matricular o filho João, que na época tinha 1 ano e meio de idade, em uma creche no Vale do Itajaí (SC).
A creche Cantinho Bom Pastor, onde Larissa havia escolhido para deixar o filho enquanto trabalhava, era a mesma em que ocorreu a chacina nesta quarta-feira (05). Um homem pulou o muro da escolinha e com uma machadinha, matou 04 crianças.
Muito abalada, Larissa concedeu entrevista exclusiva ao ContilNet e relatou como era a rotina do filho na creche.
“A gente tem muita lembrança boa daquele lugar. Durante quatro meses que o João estudou lá, eles eram minha rede total de apoio. Foram a segunda família dele. O João estudava em tempo integral. Entrava 07h da manhã e só saía 19h30. A gente fica muito abalado”, disse.
Larissa e a família retornaram ao Acre há pouco menos de 01 ano. A acreana declarou que teve um livramento.
“Se a gente não tivesse vindo embora, tudo estaria como antes. Não teria mudado nossa vida e nem nossa rotina. O João ainda estaria frequentando a creche. Hoje seria um dia que poderia ter acontecido com a gente. Foi por isso que eu fique abalada quando vi as notícias com a fachada da creche”, disse emocionada.
Questionada sobre a segurança da creche, Larissa disse que sempre se sentiu tranquila em deixar o filho na hora de ir trabalhar.
“O João é meu primeiro filho, quando a gente decidiu tomar essa decisão de colocá-lo em uma creche, a primeira coisa que a gente prezou foi por um ambiente seguro. Logo na primeira vez que eu entrei na escola eu me apaixonei pelo lugar. Era um lugar bastante seguro. Nunca ninguém entrava na escola sem autorização. Até quando a gente ia buscar os filhos, a gente ficava fora da escola. O João era entregue para gente na porta, somente na nossa mão. Sempre foram cuidadosos. Nunca tive preocupação. Ia trabalhar tranquila”, explicou.
A acreana disse que mesmo longe da cidade ainda mantinha contato com a direção da creche. “Eles sempre pediam foto dele, perguntavam por ele. Todos choraram quando decidimos voltar pra cá”, finalizou.
Além de matar 04 crianças, o acusado feriu outras 4, que foram atendidas no Hospital Santo Antônio e uma no Hospital Santa Isabel. Entre elas, há duas meninas de 5 anos, um menino de 3 anos e um de 5 anos.
O acusado tem 25 anos e se entregou a Polícia Militar de Santa Catarina.