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Advogada diz que mulher que ofendeu e cuspiu em motoboy no Acre “não lembra de nada”

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A mulher racista que ofendeu o motoboy Alessadro Monteiro Martins, de 26anos, no pátio de uma farmácia da Rua Rio de Janeiro, no bairro Floresta, em Rio Branco (AC), identificada por Maiza Cardoso de Souza, está internada no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) sem se lembrar o que de fato aconteceu.

“Ela não consegue definir o que está acontecendo. Ela não lembra de nada”, disse, na quarta-feira (8), a advogada criminalista Helane Cristina da Rocha Silva, contratada pela família para defender a acusada.

E ela vai mesmo precisar de defesa. O promotor Tales Tranini, da Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos do Ministério Público do Acre (MPAC), assim que teve acesso aos vídeos gravados pela própria vítima com as ofensas da mulher, requereu de ofício abertura de inquérito policial para apurar o caso, que apresenta, segundo ele, pelo menos dois crimes.

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O primeiro, de racismo, e o segundo de injúria. Durante o ataque, ela ainda cospe em Martins. “Vai para o inferno, bando de macaco, filma, corno. Mostra que tu é um preguiçoso, baitola. Mostra tua cara. Isso é pra tu saber, maldito, que eu te abomino. Quadrilha de negro maldita, bando de negro preguiçoso, bando de negro macaco. Filma, corno, filma que tu não tem mais nada a fazer”, dizia a mulher, visivelmente descontrolada enquanto também fazia gestos obscenos em direção ao rapaz e batia na lataria do próprio carro.

A agressão durou pelo menos dois minutos, de acordo com o vídeo que está sendo utilizado como prova pelo MPAC. “Em tese, são dois crimes, além daquela coisa abjeta de ela cuspir no rapaz. Quando alguém cospe no outro é porque quer humilhá-lo, desprezá-lo”, disse Tales Tranini.

 

A investigação do caso está a cargo do delegado de Polícia Civil Pedro Resende. Ele pretende ouvir a mulher, mas a própria Polícia começa a trabalhar com a hipótese de a mulher, se comprovados os problemas de saúde mental, conforme alegado pela família e pela advogada, seria inimputável – ou seja, não pode ser criminalmente responsabilizada.

“Se isso for verdade, ela tem que ser mantida internada e não viver pelas ruas ofendendo e maltratando pessoas. E se eu fosse violento e tivesse reagido às ofensas fisicamente? Esta hora quem estaria preso seria eu”, disse o motoboy Alessandro, ao saber da tese da advogada de defesa.

O delegado Pedro Resende já começou a ouvir testemunhas. Caso não comprove a insanidade mental, conforme deverá ser alegado pela advogada de defesa, Marfisa Cardos, pode pegar, conforme a norma para esse tipo de injúria, uma pena de reclusão de 2 a 5 anos e a pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos, mas sofreu alterações agravando esse tipo de ocorrência.

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