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Advogado visita bolsonaristas presos no Acre e diz que clima é de “tristeza e depressão”
Um ambiente de muita tristeza, com claros sinais de ansiedade e depressão, sem qualquer conforto, incluindo a falta de colchões, o que obriga as pessoas, homens e mulheres, a dormirem sobre catres de alvenaria, sem lençóis ou qualquer outro tipo de roupa de cama. Alguns usam como lençol sobre o local onde se deitam a bandeira do pavilhão nacional, com o qual se enrolava no momento em que foram presos, na segunda-feira (9).
O ambiente acima descrito é de dois setores do Sistema Prisional do Estado, o “Francisco D’Oliveira Conde (FOC)”, em Rio Branco, onde estão presos os manifestantes bolsonaristas acreanos presos pela Polícia Federal na última segunda-feira, ao serem retirados, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo tribunal Federal), Alexandre de Moraes, de um terreno o qual ocuparam, durante mais de 60 dias, na rua Colômbia, bairro do Bosque, na frente do quartel do comando geral do 4° Batalhão de Infantaria e Selva (BIS), na capital do Acre.
Os homens e mulheres que defendiam a ruptura do estado democrático de direito no país, com o retorno de uma ditadura militar a partir de um golpe militar que depusesse o governo do atual presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, agora precisam de ajuda inclusive psicológica.
São cinco homens e três mulheres presos no FOC – e um dos presos, por ser militar do Exército na reserva, de nome Amilcar e que se apresentava como sósia local do ex-presidente Jair Bolsonaro, está preso no serviço de saúde do próprio 4° BIS.
Do grupo, as mulheres, que estão num setor chamado de “Triagem”, transformado em ala feminina do presídio, parecem mais abaladas entre os presos.
O relato sobre a situação dos presos no FOC foi feito, neste sábado (14), ao ContilNet, pelo advogado Gabriel Maia, presidente da Comissão de Direitos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Acre, que visitou os presos um dia após a chegada deles à penitenciária. O advogado disse que todos os presos estão sendo tecnicamente assistidos por advogados – sete por advogados particulares e dois por defensores públicos da União.
“Nós fomos incisivos ao indagar a todos eles se lhes foram violados algum direito, se eles foram maltratados ou coisa do gênero e todos, incluindo as mulheres, disseram não”, disse o advogado.
“O problema é que eles estão presos e cada dia mais ansiosos pela liberdade, o que é natural. Entre os presos há um cidadão com mais de 60 anos e uma senhora com mais de 70, com comorbidades e são os casos mais urgentes, mas creio que todos devem sair logo”, acrescentou o advogado.
Todos os presos já passaram por audiência de custódia, transmitida por videoconferência para o Supremo Tribunal Federal, em Brasília. A liberdade dos presos acreanos cabe, portanto, ao ministro Alexandre de Moraes, a partir das audiências de custódia nos vídeos.
“A aflição de quem está preso, que é algo natural, no casos dos chamados bosonaristas, é maior porque muitos deles, homens e mulheres, nunca haviam passado por isso”, lembrou Gabriel Maia. “Muito são réus primários, que nunca se envolveram em atos violentos e que achavam que por isso não seriam presos”, acrescentou.