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GERAL

Alerta: aumento de temperatura ameaça a sobrevivência humana

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O aquecimento global é uma realidade alarmante que ameaça a vida na Terra. Novas pesquisas indicam que as ondas de calor estão se tornando mais intensas e, potencialmente, mais mortais. Esses eventos climáticos extremos, que ocorrem quando a temperatura ultrapassa em pelo menos 5ºC a média por mais de cinco dias, estão se tornando uma preocupação crescente para a saúde pública e o meio ambiente.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), entre 2024 e 2028, as temperaturas médias globais podem ser de 1,1°C a 1,9°C mais altas do que os níveis do período pré-industrial (1850-1900). A marca simbólica de 1,5°C, estabelecida no Acordo de Paris, pode ser ultrapassada em 80% nos próximos cinco anos, sinalizando uma aceleração preocupante do aquecimento.

Um aumento na temperatura não é apenas uma questão de desconforto; ele compromete a capacidade do corpo humano de se resfriar. Pesquisas destacam que a temperatura de bulbo úmido (TW), que combina calor e umidade, é crucial para essa capacidade. Quando a TW excede 35°C por períodos prolongados, o corpo humano não consegue dissipar calor adequadamente, levando a casos de hipertermia, que podem resultar em falência de órgãos e morte.

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Embora regiões desérticas experimentem calor extremo, a baixa umidade permite que a transpiração resfrie o corpo. O verdadeiro perigo reside em áreas tropicais e subtropicais, onde a combinação de alta temperatura e umidade elimina essa possibilidade. Atualmente, a TW raramente ultrapassa 31°C, mas um aumento médio global de 7°C pode fazer com que algumas regiões atinjam limites insustentáveis.

Um estudo recente sugere que a queima contínua de combustíveis fósseis pode resultar em um aumento de até 12°C nas temperaturas médias globais nos próximos séculos. Esse cenário apocalíptico, apelidado de “thermogeddon”, representa um futuro em que a sobrevivência humana torna-se cada vez mais desafiadora. O impacto socioeconômico também seria devastador, afetando setores como agricultura, construção civil e transporte, além de elevar os custos de energia devido ao aumento do uso de ar condicionado.

Diante desse panorama, a mitigação do aquecimento global se torna uma urgência. O climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), enfatiza a necessidade de o Brasil liderar as iniciativas de combate às mudanças climáticas. Ele sugere que o país deve acelerar a transição para fontes de energia limpa e interromper as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao desmatamento, que poderiam resolver cerca de 50% do problema até 2030.

Durante a COP 29, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões líquidas de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, equivalente a 850 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de CO2. Com a COP 30 marcada para o próximo ano em Belém (PA), há a expectativa de que o país consolide esforços globais para mitigar os impactos e conter o aquecimento global.

A luta contra o aquecimento global não é apenas uma questão ambiental; é uma questão de sobrevivência. Ações imediatas e eficazes são essenciais para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

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