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Amazonense vende carro, faz empréstimo e viaja até fronteira da Ucrânia para ajudar refugiados

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Fernanda Paiva (do centro), viajou cerca de 11 mil quilômetros para ajudar refugiados. — Foto: Arquivo pessoal.

Vender o carro, fazer empréstimos, viajar mais de 11 mil quilômetros. Até que ponto você agiria para ajudar outras pessoas? A amazonense Fernanda Paiva foi até a fronteira da Polônia com a Ucrânia para ajudar refugiados com doações.

Ela conta que chegou a vender o próprio carro e fazer empréstimos para viajar. Ela ficou cerca de 12 dias na Polônia para ajudar refugiados com alimentos, água, itens de higiene e medicação. Fernanda e o marido iam até a fronteira todos os dias para encontrar pessoas que precisaram de ajuda.

“Todos os dias a gente ia na fronteira, observava o que eles estavam precisando para ir ao supermercado comprar. A gente andava pelo metrô, estação de ônibus e se a gente encontrasse alguém que aparentava estar precisando de ajuda, oferecia suporte”, explicou.
Na Ucrânia, casal se uniu a outros voluntários para ajudar refugiados.  — Foto: Arquivo pessoal
Na Ucrânia, casal se uniu a outros voluntários para ajudar refugiados. — Foto: Arquivo pessoal

Fernanda conta que sempre trabalhou em projetos comunitários, tanto no interior do Amazonas, quanto em Florianópolis, cidade que reside atualmente com o marido.

A amazonense diz que quando soube da guerra entre Rússia e Ucrânia, sentiu o desejo de embarcar com o esposo para a Polônia, país que faz fronteira com a Ucrânia.

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“A gente pode ser de qualquer nacionalidade, mas quando a gente está vulnerável, a gente é um só, em qualquer lugar do mundo. Poderia ser meu pai, meu marido, filho”, disse.

Doações feitas pelos voluntários na fronteira. — Foto: Arquivo pessoal
Doações feitas pelos voluntários na fronteira. — Foto: Arquivo pessoal

Durante o período em que esteve no país, Fernanda teve que tomar alguns cuidados específicos, como evitar sair no período da noite, usar celulares nos corredores voluntários e divulgar a localização do grupo em tempo real.

“Intimidação sempre tem, mas assim que nos identificamos como voluntários tudo ficou mais tranquilo.Eu pude ver que todo mundo tava se empenhando em ajudar e eram pessoas de várias nacionalidades com uma coisa em comum: todo mundo querendo ajudar”, falou.

Fernanda passou 12 dias na Polônia. — Foto: Arquivo pessoal.
Fernanda passou 12 dias na Polônia. — Foto: Arquivo pessoal.

Após a missão, Fernanda e o marido voltaram para Manaus na quinta-feira (31), mas prometeram continuar mobilizando pessoas por ajuda. “A gente agora veio para o Amazonas, mas vamos continuar nos movendo para ajudar o povo ucraniano”, promete.

A guerra

A invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciou na madrugada do dia 24 de fevereiro. A ação já causou mortes e destruição em um cenário de guerra. É o maior ataque militar de um país contra outro desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O conflito já dura 37 dias.

Rússia e a Ucrânia vivem uma antiga história de conflitos. Ao longo dos anos, a Ucrânia já sofreu inúmeras invasões. Apesar de se tornar independente, o país nunca resolveu por completo sua relação com a Rússia.

Depois de um cessar-fogo anunciado pela Rússia em Mariupol, a Cruz Vermelha está a caminho da cidade sitiada, a mais bombardeada na Ucrânia.

Além de levar ajuda humanitária ao local, a Cruz Vermelha também fará, ainda nesta sexta-feira (1), a retirada de moradores que até hoje não haviam conseguido deixar a cidade, cercada por tropas russas há mais de duas semanas.

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