Entre os estados em todos os biomas, Roraima foi o que mais queimou nos meses de janeiro e fevereiro. Foram 259 mil hectares, ou 48% de toda a área queimada no Brasil. Roraima, Mato Grosso e Pará concentram 79% do fogo ocorrido no Brasil no período.
As formações campestres foram as mais afetadas: na Amazônia, por exemplo, os 266 mil hectares que pegaram fogo entre janeiro e fevereiro de 2023 eram desse tipo de vegetação, ou 55% da área queimada no bioma; no Brasil, a proporção chega a 84% .
De acordo com a pesquisadora no Ipam responsável pelo Monitor do Fogo, Vera Laisa Arruda, o principal fator para as queimadas na Amazônia nesse período é a ocorrência do fogo em formações campestres, principalmente ao norte do bioma.
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A especialista acrescenta que as vegetações campestres têm um papel fundamental na manutenção dos ciclos naturais essenciais para a vida, como o do carbono e do nitrogênio, além de contribuírem para a absorção e distribuição de água pelo solo.
“Por essa relação interdependente e complementar, medidas de proteção da biodiversidade devem considerar ecossistemas como um todo para serem efetivas”, disse Arruda.
Mesmo com o número alto de queimadas, a especialista ressalta que a quantidade de queimadas caiu, em relação ao mesmo período de 2022. “Ainda que seja um número alto para a época de chuvas, é 25% menor que os 654 mil hectares que pegaram fogo no bioma em janeiro e fevereiro do ano passado”, ponderou a pesquisadora.
Cerrado
O Cerrado foi o segundo mais queimado em janeiro e fevereiro, com 24 mil hectares atingidos pelo fogo, pois a época de chuva em regiões do bioma dificulta o alastramento dos incêndios.
No total, o Brasil teve 536 mil hectares queimados nos dois meses, uma área 28% do que a registrada no mesmo período em 2022.