GERAL
Após 3 anos, OMS declara encerrado o estado de emergência da pandemia de Covid
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, nesta sexta-feira (5/5), que a Covid-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii).
A mudança da classificação da pandemia ocorre um dia após a 15ª Reunião do Comitê de Emergência para Covid-19. O painel de especialistas se encontra periodicamente, desde janeiro de 2020, para analisar os dados da pandemia e determinar qual o momento para diminuir o nível de preocupação sobre o coronavírus.
“Aceitei esse conselho. É, portanto, com grande esperança que declaro o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global”, afirma Tedros.
A decisão não significa, no entanto, que a pandemia chegou ao fim, uma vez que o vírus continua a infectar pessoas em todos os continentes. “É verdade que o vírus continua circulando em todos os países e que a pandemia não acabou”, pondera.
A Covid-19 foi declarada Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii) em 30 de janeiro de 2020. Naquele momento, havia menos de 100 casos da doença relatados fora da China, e nenhuma morte.
Passados três anos, três meses e cinco dias, foram registrados mais de 765 milhões de casos e 6.921.614 de mortes em todo o mundo. No Brasil, o número de óbitos passa de 700 mil. “Faz três anos. Desde então, a Covid-19 colocou nosso mundo de cabeça para baixo”, considera Tedros.
O líder da OMS lembrou que a Covid-19 não foi exclusivamente uma crise de saúde global, mas também resultou em prejuízos econômicos mundiais, expôs as desigualdades entre as nações e teve impactos na educação do jovens e no estilo de vida de milhões de pessoas.
“A Covid-19 expôs e exacerbou as falhas políticas dentro e entre as nações. Isso corroeu a confiança entre pessoas, instituições e governos alimentados por uma torrente de desinformação”, pontuou.
Tendência de queda
Há mais de um ano, os dados da Covid-19 já mostram uma tendência de queda em relação ao número de casos, pacientes internados e óbitos. A vacinação foi decisiva para diminuir a mortalidade e a pressão sobre os sistemas de saúde pública.
Vírus continua a circular
Especialistas da OMS ponderaram, durante coletiva de imprensa realizada em Genebra, que a redução do nível de preocupação da pandemia não deve ser interpretada pelas autoridades públicas como o fim do coronavírus, pois o micro-organismo continua a circular, a infectar pessoas e deixa sequelas relacionadas à Covid longa. Há ainda a possibilidade de ele sofrer mutações.
“Não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça global à saúde. Esse vírus veio para ficar. Ainda está matando e ainda está mudando”, considera Ghebreyesus.