GERAL
Assassinato de Dorothy Stang completa 18 anos; um dos acusados vive no Acre
No dia em que o assassinato da religiosa Dorothy Stang, norte-americana com cidadania brasileira, completa 18 anos, em Anapu, sul do Para, o Acre entra na pauta porque o acusado de intermediar o assassinato vive no Estado, na região de Porto Acre e Bujari, municípios próximos à Capital Rio Branco. Seu nome é Amair Feijol, condenado a 18 anos de prisão como agenciador do crime.
Dorothy era da CPT (Comissão Pastoral da Terra), braço da Igreja Católica que lida com questões relacionadas à Reforma Agrária, e era uma ativa militante da área num Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), no assentamento Esperança, em Anapu.
No Acre, onde vive como cidadão livre após cumprir parte da pena imposta pelo Tribunal do Júri da Justiça do Pará, Amair voltou a se envolver em disputas por terras. Ele é denunciado como grileiro na Floresta Estadual do Antimary, em Bujari. É dono da Fazenda Canaã, em relação a qual também há denúncias de irregularidades. Também há denúncias de ameaças e atos de violência de um filho do acusado contra um trabalhador, em Sena Madureira.
De acordo com o inquérito policial que apurou o assassinato da religiosa, Amair Feijol foi o homem que contratou os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista, apontados como os homens que atiraram na religiosa. Consta do inquérito que, ao ficar frente a frente com os homens que a matariam, Dorothy Satang ainda teve tempo de abrir a Bíblia e ler para seus executores o versículo segundo o qual “bem aventurados são os que têm sede e fome de justiça, porque deles é o Reino de Deus”.
Os assassinos estavam a serviço do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Todos os envolvidos no crime já vivem liberdade, mas só Amauri Feijal vive no Acre.