Aumento de internações por Srag: Covid e Rinovírus afetam crianças e idosos em todo o país

Recentemente, o boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado em 22 de agosto, revelou um aumento preocupante nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em diversas regiões do Brasil. Estados como Goiás, Paraíba, Bahia, São Paulo e Sergipe têm registrado um crescimento significativo nos casos, especialmente entre crianças e adolescentes, relacionado ao aumento de rinovírus.

Em Goiás, as internações por Srag aumentaram em todas as faixas etárias acima dos 15 anos. Entre os idosos, as hospitalizações estão ligadas a um aumento nos casos de Covid-19. Em São Paulo, as notificações de Srag causadas pelo coronavírus entre a população mais velha superaram as ocorrências de influenza A.

Os dados que embasaram essa análise foram coletados pelo Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe e refletem o período de 11 a 17 de agosto. Ao longo das últimas seis semanas, houve oscilações nos casos, com sinais claros de aumento nas três semanas mais recentes.

Embora a maioria do país esteja observando uma queda nas internações por vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza A, a prevalência dos casos positivos nas últimas quatro semanas mostrou que 22,6% eram causados pelo VSR, 19,4% por Covid-19, 16,3% por influenza A e apenas 1,8% por influenza B.

Até agora em 2024, o Brasil notificou 115.152 casos de Srag, dos quais 48,6% apresentavam algum vírus respiratório. Desses casos positivos, a maioria foi atribuída ao VSR (43,1%), seguida pela influenza A (19,1%), Covid-19 (7,7%) e influenza B (5%).

Apesar da tendência geral de queda ou estabilização das internações por Srag entre todas as faixas etárias no país, observou-se um aumento nos casos entre crianças e adolescentes com até 14 anos. Este crescimento está possivelmente associado ao rinovírus, que tem mostrado uma tendência crescente em alguns estados.

Nas últimas oito semanas epidemiológicas, a mortalidade e a incidência semanal média de Srag em crianças menores de dois anos foram predominantemente causadas pelo VSR e rinovírus. Em contraste, entre os idosos acima dos 65 anos, os vírus que mais contribuíram para a mortalidade foram a influenza A e o Covid-19.

A incidência de Srag por Covid-19 tem afetado especialmente as crianças menores; no entanto, os índices de hospitalizações e óbitos para essa faixa etária são inferiores aos observados para VSR e rinovírus. Já entre os idosos, a mortalidade relacionada à Covid-19 se aproxima da registrada para influenza A.

Esses dados ressaltam a importância da vigilância contínua e das medidas preventivas para proteger as populações mais vulneráveis durante este período crítico.