O câncer de pâncreas é uma condição considerada relativamente rara, representando cerca de 2% dos casos de todos os tipos da doença diagnosticados no Brasil. Ele costuma ser agressivo e evoluir rapidamente, se espalhando para outros órgãos. O diagnóstico tardio faz com que a mortalidade desse tipo de câncer seja alta.
“Os sintomas iniciais costumam ser inespecíficos: às vezes é um desconforto na região superior do abdômen, ou um cansaço que pode ser confundido com doenças como a anemia“, explica o oncologista Daniel Girardi, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília. “À medida que o câncer avança, os sintomas costumam ficar mais intensos e pode ser notado emagrecimento e icterícia (condição que deixa a pele amarela), devido a alterações que atingem o fígado”, acrescenta.
Por isso, é importante ficar atento a qualquer manifestação persistente de um ou mais dos seguintes sinais:
- Desconfortos abdominais;
- Cansaço excessivo;
- Pele e olhos amarelados (icterícia);
- Emagrecimento;
- Náuseas;
- Dores nas costas;
- Urina escura.
A oncologista Alessandra Leite, do hospital Santa Lúcia, explica que a coloração amarelada da pele e dos olhos e a urina escura na tonalidade do chá preto são os sintomas mais presentes.
Continua depois da publicidade
“A maioria dos tumores pancreáticos estão localizados em uma região que chamamos de cabeça do pâncreas, mais próxima do fígado e das vias biliares. Quando o tumor começa a crescer, ele comprime as vesículas, que é onde a bile é drenada. Como a secreção do fígado não consegue entrar na via intestinal, ela acaba voltando e fica impregnada na corrente sanguínea, causando icterícia e urina escura”, esclarece Alessandra.
Diagnóstico e tratamento
O oncologista Daniel Girardi ressalta que, em 80% dos casos de câncer no pâncreas, o diagnóstico só é dado quando o tumor já é inoperável e está em metástase, ou seja, se espalhando para outros órgãos.
Em casos onde o tratamento é possível, as intervenções recomendadas são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.