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Careca do INSS levava dinheiro a Brasília em carro, diz ex-funcionário

Um ex-funcionário afirmou à Polícia Federal (PF) que o lobista Antonio Carlos Camilo Antrunes, o “Careca do INSS”, estava se livrando de sua frota de carrões de luxo e que tinha o hábito de viajar de carro a Brasília com dinheiro em espécie todas as sextas-feiras. A testemunha se disse ameaçada de morte pelo lobista em depoimento à PF.
O depoimento foi citado no pedido da Polícia Federal pela prisão de Antunes no âmbito da Operação Cambota, desdobrameto da Sem Desconto, que investiga a farra dos descontos indevidos sobre aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O lobista também está sob suspeita de planejar fugir do país. A PF acredita que a investigação, cuja primeira fase foi deflagrada em abril, vazou para os investigados.
O ex-funcionário Edson Claro Medeiros Junior procurou a Polícia Federal em São Paulo e disse temer por sua integridade física. Relatou que Antunes o ameaçou de morte. Em depoimento, a testemunha afirmou que “Antônio Camilo, logo após a Operação da Polícia Federal, começou a dilapidar seu patrimônio para se capitalizar, e que ele falou que precisava ‘levantar dinheiro, fechar as torneiras, dispensar os empregados e que iria para os Estados Unidos”.

Antonio Camilo também teria dito ao depoente que “deixaria seu filho Romeu encarregado de administrar um call center, localizado em um prédio de cinco andares de propriedade dele, para a realização de consignados em prejuízo dos segurados do INSS”, disse o depoente, segundo a PF.
De acordo com o ex-funcionário, o Careca do INSS “lavava dinheiro com carros de luxo e estaria se desfazendo de tais veículos por preços abaixo do mercado”. Ele também afirmou considerar suspeitas as viagens do investigado “todas às sextas-feiras de carro para Brasília com dinheiro em espécie”.
