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RIO BRANCO
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GERAL

Carro da ‘mulher da casa abandonada’ apodrece há mais de 20 anos na garagem 

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A história de Margarida Bonetti virou tema do podcast “A Mulher da Casa Abandonada, “da “Folha de S.Paulo”. A publicação viralizou e tem gerado uma peregrinação de curiosos em frente ao imóvel – localizado em Higienópolis, um dos bairros mais ricos da capital paulista.

Na garagem da mansão deteriorada e sem água nem esgoto, para onde Bonetti se mudou há 22 anos, repousa um Volkswagen Voyage GL 1988/1989 a álcool que pertenceu ao pai dela e está sem rodar há mais de duas décadas.

Segundo o depoimento de vizinhos do casarão ao jornalista Chico Felitti, autor do podcast, o sedã foi adquirido pelo médico Geraldo Vicente de Azevedo, pai de Margarida, não muito tempo antes de ele morrer, em outubro de 1998.

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Desde então, o carro praticamente não saiu mais dos fundos da casa, onde tem sido consumido pela ferrugem e ainda traz placas amarelas com os caracteres YG 8879. Com o auxílio de um drone, UOL Carros obteve imagens exclusivas do veículo, que você confere aqui na forma de fotos e vídeo.

“É um carro que o pai dela comprou no fim da vida, não sabia usar e não conseguia sair da primeira marcha”, conta Felitti à nossa reportagem.

Dois funcionários de prédios próximos à “casa abandonada” falaram sobre o carro ao jornalista. Eles convivem ou já conviveram com a família de Bonetti – que teria deixado o imóvel há alguns dias após uma das janelas supostamente ser atingida por um tiro.

Margarida passou a infância na mansão e em 1979 mudou-se com o marido para os Estados Unidos. Lá, os dois foram acusados de manter uma funcionária em condições análogas à escravidão. Em 2000. quando o caso ainda era investigado, ela voltou a morar com a mãe na casa de Higienópolis.

Renê Bonetti, o marido, ficou nos EUA e foi condenado

Antes de Margarida voltar ao Brasil, seu pai, já bastante idoso, contava com a ajuda de Antônio Francisco da Silva, porteiro de um condomínio ao lado, para manobrar o Voyage. Silva até hoje mora no prédio.

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“Eu acho que eu entrei uma vez só para ajudar o pai dela. Ela não morava aí não. Porque eu ajudava muito o pai dela. Ele não conseguia engatar a ré da Brasília que ele tinha e aí eu tirava para ele, que ele não conseguia mais. Aí ele saía aqui e andava só na primeira, acelerado, acelerado, um fumaceiro. Era um barato. Depois, ele vendeu essa Brasília e comprou um Voyage e esse Voyage está aí até hoje. Um Voyage bege”, conta Antônio a Chico Felitti no podcast da “Folha”

Mulher quer reviver Voyage enferrujado 

Outro Francisco, que é zelador de um prédio nos arredores, conhece Margarida Bonetti e diz que ela recentemente falou em colocar o Voyage para rodar – hoje, o carro está com os pneus arriados e bastante desgastado pelo tempo.

“Outro dia, ela perguntou se não dava para encher os pneus desse carro. [Respondi que] não tem como tirar esse carro daí mais. Não liga mais”, diz Francisco no podcast.

O funcionário pediu para não ter o sobrenome publicado.

Segundo o zelador, Margarida, que prefere ser chamada de Mari, contou que gostaria de deixar o veículo em frente à casa para impedir o estacionamento de caminhões ali

Francisco acrescenta que o Voyage estaria com baixa quilometragem, apesar do mau estado.

“A edícula, às vezes eu vejo ela subir, só usa um tanque que tem lá atrás e tem o carro que é um Voyage que era do pai dela. Até os meninos falavam que ele comprou esse Voyage bem novinho na época e saiu pouquíssimas vezes com esse carro”.

Segundo o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), o sedã não tem pendências nem dívidas. Para receber as placas Mercosul e voltar a rodar legalmente em vias públicas, teria de ser registrado como carro zero-quilômetro pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), acrescenta o departamento.

Quanto ao imóvel de Higienópolis, a casa é alvo de disputa judicial entre as três filhas de Geraldo de Azevedo. Maria de Lourdes Danso Vicente de Azevedo, mãe das herdeiras, morreu em 2011.

 

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