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Chá de pepeca existe? Como preparar um para esquentar a relação
Não é um chá que se toma quente ou frio, mas é algo que pode ser muito apreciado. De acordo com a sexóloga clínica e fisioterapeuta pélvica, Lelah Monteiro, especialista em sexualidade, chá de pepeca é o treino da musculatura que tem a função de dar e receber prazer.
“Não é um ‘chá’, não é fazer xixi no outro, mas é o treino dessa musculatura que tem essa função”, afirma.
A especialista lembra que “pepeca” é apenas um dos mais de 500 termos relacionados à vagina.
Ela diz que há quem fale que a terminologia se trata do squirting, que é a considerada ejaculação feminina. Segundo reportagem de Universa, o fenômeno é considerado raro e só atinge 2% das mulheres. “Quando a musculatura do assoalho pélvico, esse períneo, está bem treinado, é como se desse um verdadeiro chá”.
De acordo com Lelah, as manobras do pompoarismo auxiliam esse conhecimento prévio, que facilita e ajuda o envolvimento de quem está junto.
A técnica milenar foi criada na Índia e aperfeiçoada na Tailândia, e consiste em uma série de exercícios que são capazes de fortalecer a musculatura vaginal. Além de ser benéfica para a saúde, garante mais prazer na hora da relação sexual. A fisioterapeuta pélvica diz que são algumas séries de exercícios que beneficiam a mulher. “Quando se trabalha o canal vaginal, trabalhamos todo ele, não são níveis. Para essa consciência corporal é feito sem acessório e, depois, com acessórios – uma infinidade deles”.
Como fisioterapeuta, ela diz que é usado o colar tailandês e, no pompoarismo, as bolinhas tailandesas Ben-Wa. A fase seguinte é a prática com o parceiro ou a parceira. “Uma musculatura treinada permite brincar de várias formas. Então, esse nome, Chá de Pepeca. A história toda para falar daquela pessoa que é boa de cama”.
No entanto, ela salienta que ter essa característica, não é “só ter desempenho vaginal, mas ser muito segura do que gosta”. Lelah ressalta que é fundamental se permitir. “O novo bom de cama não é o que se viu até agora, dessa questão de cobrança e a ditadura do orgasmo. É ser uma mulher resolvida”.
“Pega o espelho, conhece o seu corpo”, orienta especialista
Lelah, que se especializou em fisioterapia pélvica no exterior, afirma que a especialidade pode transformar a vida das mulheres. A maioria das pessoas busca ajuda por ter continência urinária ou alguma disfunção sexual, como dor na relação sexual ou dificuldade de orgasmo. No entanto, mesmo com tanta informação, muita gente sofre calada. “Há preconceito. As pessoas gostam de espiar pela fechadura, por isso os realities fazem tanto sucesso, mas não são resolvidas com elas mesmas. Elas se preocupam mais com o que os outros vão pensar, é por isso que a sexualidade ainda é um tabu”.
A dificuldade em conseguir um orgasmo, já que muitas mulheres chegam a passar a vida toda sem sentir esse ápice do prazer. “Elas não têm essa dificuldade porque não têm orgasmo com elas mesmas, como querem conseguir com o parceiro. Primeiro, conheça o seu corpo, para depois dividir com quem estiver ao seu lado”, destaca a profissional. Segundo ela, o autoconhecimento é importante.
“Pega o espelho, conhece o seu corpo, começa a sentir onde são suas zonas erógenas, aprenda a controlar a sua musculatura”, orienta.
A prática fortalece a musculatura, garante mais prazer, além de ajudar a prevenir e melhorar a incontinência urinária. Sem contar, a autoconfiança, o empoderamento e a consciência corporal da mulher.