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Cinco anos depois, reforma de R$ 34 milhões em museu no Acre segue inacabada
As obras para a construção do Museu dos Povos Acreanos, localizado no antigo prédio do Colégio Meta, se iniciou no começo de 2017, durante a gestão de Sebastião Viana (PT) mas até agora, já na gestão de Gladson Cameli (Progressistas), ainda não foi entregue.
O projeto para a construção foi preparado pela então primeira-dama e arquiteta Marlúcia Cândida em 2015 e contou com uma emenda parlamentar de R$ 2 milhões de reais, do deputado federal Léo de Brito (PT).
Inicialmente todo o projeto para instalação do museu – desde a construção até a compra de equipamentos tecnológicos interativos – apresentou o valor estimado de investimentos na ordem de R$ 34 milhões, contando com recursos do Banco Mundial. Segundo a imprensa, em dezembro de 2018 a obra já estaria 80% concluída.
“Um investimento que custará aos cofres públicos a bagatela de R$12 milhões, fora os aditivos, que se ocorrerem, podem levar a conta para perto de R$20 milhões. Segundo a foto da placa que está em frente ao antigo Colégio Meta, onde ficará o famigerado Museu, está escrito que o dinheiro é fruto de empréstimo junto ao BIRD (Banco Interamericano)“, disse o jornalista Nelson Liano em sua coluna no ac24horas em meados de 2017.
Em 2019, o novo governador, Gladson Cameli, pretendia transferir parte da estrutura do governo para o museu, especificamente os Gabinetes Civil e Militar, Detran e outros órgãos, assim como algumas lojas de fast foods. Para Gladson, o momento na época seria de contenção de gastos com a máquina pública.
“A proposta que este Museu traz é muito boa e inovadora para a realidade que vivemos. E como foi mostrado aqui, será possível unir a estrutura que precisamos para o nosso gabinete juntamente com o Museu. Com isso, ganha o Estado e a população que vai contar com mais esse espaço cultural”, disse Gladson na época.
A sugestão de transformar o Museu em secretaria foi combatida pelo deputado Daniel Zen: “Eu entendo que, à época em que foi anunciada a construção do Museu dos Povos Acreanos, tenha havido polêmica por conta da crise econômica e de uma suposta inversão da ordem de prioridades que o Governo definia. Mas, depois da obra quase pronta, transformar um prédio que abrigaria um museu em sede de repartição pública é de uma mediocridade sem precedentes”, escreveu o deputado.
A previsão do governo era de que a obra seria entregue até o final de 2021, o que não aconteceu.
Segundo Cirleudo Alencar, gestor do Seinfra, as obras sofreram atrasos devido à uma suposta falta de definição dos equipamentos para a licitação. “Ficou mantida a instalação do museu, que será muito importante para a preservação da cultura e história do nosso estado. A conclusão está prevista para dezembro”, disse Cirleudo em setembro de 2021.