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RIO BRANCO
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GERAL

Coluna da Angélica no NHN – Demissão de terceirizados na Sesacre é recebida com choro e desespero

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1-A cada enxadada

A contratação com dispensa de licitação de um bar de Sena Madureira para operacionalizar a Lei Paulo Gustavo em Rio Branco, foi uma decisão “contorcionista” da Fundação Garibaldi Brasil. A dispensa de licitação é prevista em lei em casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas. Em que pese a situação de calamidade na qual Jair Bolsonaro (PL) deixou a cultura, isto não pode ser usado como justificativa no caso em questão. No último ano de Bolsonaro os investimentos caíram 63% em relação a 2018. Em 2022 o orçamento para a cultura foi de 1,67 bilhão.  561 milhões foram usados para a administração interna da Secretaria. No mesmo ano, em apenas 5 meses, o dinheiro liberado para o orçamento secreto totalizou 7 bilhões. Bolsonaro rebaixou o status do Ministério da Cultura para Secretaria Especial da Cultura, vinculada primeiro ao Ministério da Cidadania. Vale lembrar a frase de José Virgílio Leal, diretor do Instituto Arte no Dique “Um país que não preserva sua cultura e sua arte jamais será uma nação.”

2- …mais minhoca

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O  Spetus Bar virou PMD Consultoria quando o escândalo estourou. O endereço da sede também mudou. Antes era em Sena Madureira, agora está localizada no Manoel Julião. A alteração foi registrada em 29 setembro de 2023 e incluiu novas atividades. Mas, segundo as informações, o pagamento foi efetuado antecipadamente. Uma investigação do movimento de cultura descobriu que apesar da Fundação Garibaldi Brasil afirmar que a empresa (Spetus Bar/ PMD Consultoria) possui capacidade acadêmica, seu proprietário é acadêmico de Direito e mora em João Pessoa (PB). Parece o típico caso de “quanto mais enxadada mais minhocas aparecem”. O Movimento de Artistas do Acre estuda a possibilidade de impetrar um mandado de segurança contra esta contratação. A FGB que fez o angu de caroço vai ter que digeri-lo. A prefeitura de Rio Branco não se manifestou sobre o assunto. Desconhecemos qualquer atitude da gestão sobre a questão. Mas o prefeito Tião Bocalom (PP) insiste na reeleição. Para mergulhar neste açude tem que tirar as pedras do bolso, prefeito.

3-General na berlinda

O general da reserva Ridauto Fernandes, alvo da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal nesta sexta-feira, é a cara do extremismo militar. Ele é acusado de ser um dos idealizadores e executores dos atos terroristas de 8 de janeiro que resultaram na depredação das sedes dos três poderes. Durante todo o governo Bolsonaro, Ridauto mostrou as garras. Na pandemia ele incitou a decretação de intervenção federal nos estados onde os governadores decretaram isolamento social e o fechamento de estabelecimentos para evitar a disseminação do vírus. Defendia a liberdade de contaminação. Também é acusado de ser um dos responsáveis pela falta de oxigênio em várias cidades, inclusive em Manaus. Se com os cuidados contrários aos desejos do general, 700 mil brasileiros morreram de covid, imagine se tivessem embarcado na cegueira ideológica dele.  Ridauto Fernandes era integrante do grupo “Kids Pretos”, junto com Eduardo Pazzuello, ex-ministro da Saúde. O “Kids Pretos” é uma espécie de força especial versada em operações especiais com foco nas ações de sabotagem e incentivo em revoltas populares. Ou seja, o lado subterrâneo do Exército. Um tipo de “Deep Exército”.  Bolsonaro colocou 26 kids pretos no governo.

4-Ajoelhou mas não rezou

A deputada Michelle Melo (PDT) precisa vir a público mostrar uma prova da ameaça que afirma ter recebido sob pena de ficar desmoralizada. Logo após o encerramento da sessão na qual entregou a função de líder do governo no Legislativo, a deputada anunciou ter recebido uma ameaça por telefone. Mesmo o anúncio tendo sido feito depois da sessão, Michelle atraiu todos os holofotes. Em seguida, anunciou que havia prestado depoimento sobre a ameaça na Polícia Federal. A PF confirmou que a parlamentar esteve na sede e apenas “narrou fatos”, mas não quis formalizar depoimento ou declarações. Por esse motivo, a Polícia Federal não instaurou nenhum  procedimento formal. Também não foi registrado Boletim de Ocorrência. Ora, um fato grave como este não ter registro é no mínimo estranho. Se fosse formalizado desencadearia uma investigação que com quebra de sigilo telefônico levaria ao autor. Michelle Melo deve uma explicação pública. Sob pena de ser acusada de arrastar o Movimento de Mulheres e a OAB a um engano. Afinal o Movimento de Mulheres e a Ordem dos Advogados se manifestaram em apoio à deputada por causa de uma ameaça da qual até agora não se tem prova que tenha existido. Michelle deve esse esclarecimento. Políticos até podem jogar para a galera, mas jogar uma bomba não é aconselhável. Pode estourar no próprio colo.

5- Enredo e desenredo

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Não entendo o enredo do samba do deputado Ulysses Araújo (União). O coronel fez publicar na imprensa acreana uma crítica a um tal “curso de guerrilha” na Favela da Maré. No Rio de Janeiro. Ora, o Rio de Janeiro tem 46 deputados federais. 14 deputados federais a mais que os 8 federais do Acre somados aos 24 estaduais. E no Acre de apenas 8 deputados federais, a violência campeia solta. O Acre é um poço de problemas mas o parlamentar do Acre está  preocupado com o Rio de Janeiro de 46 representantes federais e 70 deputados estaduais. Além disso, Cláudio Castro (PL) governa o Rio de Janeiro desde 2020. O colunista Luiz Carlos Moreira Jorge destacou em sua coluna: “O deputado federal Ulysses Araújo diz que as imagens no Fantástico de um “curso de guerrilha” na Favela da Maré, são culpa do governo Lula. Devagar com o andor, deputado! O Lula assumiu outro dia. O Bolsonaro passou quatro anos e não moveu uma palha para acabar com o domínio do tráfico na favela da Maré e quem governa o Rio de Janeiro é um ferrenho bolsonarista. O enredo dessa história é outro, o buraco é mais embaixo, meu caro!”. Assino embaixo enquanto aguardo uma manifestação do parlamentar sobre o crescimento da violência da Suécia em consequência da guerra entre gangs.

6-Desespero 

Servidores terceirizados da Secretaria de Saúde (Sesacre), estão desesperados com o encerramento do contrato previsto para amanhã. Segundo eles, o contrato encerra neste dia 30 de setembro e já foram avisados para não irem trabalhar na segunda-feira. Cerca de 600 pessoas podem perder seus postos de trabalho. Em áudio que nos foi enviado a servidora chorando diz “tô muito triste.  A gente luta dia e noite e de repente recebe a notícia que se quiser receber direitos que  vá para a justiça. Meu chão caiu. Tô sem chão.  Devendo e sem poder pagar contas. A gente é pai e mãe… sabe Deus como vai ser daqui pra a frente”. Quem deveria fazer essa projeção de como será a vida dos demitidos é o Secretário de Saúde Pedro Pascoal…antes de tomar a decisão.

7- Para refletir

Olhos atentos observam que a diferença de classes não se limita a conta bancária mas se estende ao entendimento da realidade. O filme coreano Parasita que retrata a desigualdade social a partir das vidas de duas famílias que se entrelaçam, uma muito pobre e outra milionária, sendo os primeiros empregados dos segundos e termina em violência, para os trabalhadores é uma crítica da desigualdade num dos países mais ricos da Ásia. Seu desfecho, um alerta para a revolta dos bilhões de miseráveis do mundo. Mas a socialite Narcisa Tamborindeguy resumiu tudo dessa forma “Parasita é um filme maravilhoso. Mostra os empregados que moravam numa casa horrorosa e iam trabalhar numa casa maravilhosa. Aí piraram e mataram os patrões. Pra ver q não adianta o patrão ser bom”. Ela fechou a questão dizendo que quando morrer vai para o céu. Um lugar que tem champanhe e caviar. Só faltaram os euros e as joias no céu de Narcisa. Um lugar onde pelo jeito o acesso dos pobres será negado. Afinal não sabem segurar uma taça de champanhe.

8- Solução

Finalmente o governo do Estado ofereceu uma solução viável para os despejados da ocupação Terra Prometida. Foi oferecido aos sem teto 30 lotes em caráter temporário com banheiros coletivos e a construção de 20 casas temporárias de madeira cuja obra será realizada com mão de obra e material do governo num terreno próximo a ocupação Marielle Franco. Distribuição de sacolões e acesso à cozinha comunitária do MTST também foram garantidos além de casas populares definitivas previstas para serem entregues em dezembro. O acordo foi comandado pelo Secretário Adjunto de Governo, Luiz Calixto. A maioria concordou. A minoria não gostou da proximidade entre os barracos. Devem preferir o “espaço” entre as barracas na frente da Assembleia Legislativa. Contém 1 kg de ironia.

Vamos sextar com uma música em homenagem ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP) que se autoelogia por ter economizado 500 milhões quando falta até tinta nas impressoras para emitir cartões do SUS. Para o prefeito, Onde está o Dinheiro de Gal Costa: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu, que ninguém viu”.

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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