Na sequência, veio o setor de alimentação e bebidas, com alta de 2,42% e 0,51 p.p. de impacto. Juntos, os dois segmentos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março.
Além deles, houve aceleração também nos grupos relacionados a vestuário (1,82%), habitação (1,15%), e saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único segmento com queda foi o de comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre 0,15%, de educação, e 0,59%, de despesas pessoais.
Aumento dos combustíveis
Segundo o IBGE, o resultado do grupo referente a transportes foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%) – em particular o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 p.p.) no índice do mês.
No dia 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,8%. Além disso, houve altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%).
Além dos combustíveis, a aceleração do grupo também está relacionada à alta nos preços de alguns serviços, como o transporte por aplicativo (7,98%), o seguro voluntário de veículo (3,93%) e o conserto de automóvel (1,47%).
Todos os estados do país apresentaram alta de preços em março. O menor resultado ocorreu na Região Metropolitana de Belém (1,44%), em função da queda na energia elétrica (-2,98%).
A maior variação, por sua vez, ficou com a Região Metropolitana de Curitiba (2,54%), influenciada pelas altas de 11,55% na gasolina e de 20,22% no ônibus urbano.
Estouro da meta de inflação
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2022 é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, podendo variar entre 5% e 2%.
De acordo com estimativas do mercado financeiro, a inflação deve ficar fora do intervalo pelo segundo ano seguido. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior índice desde 2015.