Havia uma promessa, feita pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo apresentaria o desenho do novo arcabouço fiscal antes da decisão do Copom desta quarta-feira (22/3). No entanto, Lula decidiu colocar a discussão em fogo baixo, pedindo que os líderes do Congresso fossem ouvidos antes do anúncio oficial pelo governo. Com isso, as novas regras orçamentárias deverão ser conhecidas, na melhor das hipóteses, apenas na semana que vem.
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No exterior, a inflação persistente levou o Banco Central dos Estados Unidos (o Federal Reserve) a aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. A decisão, anunciada também hoje, foi tomada a despeito do risco relacionado à crise no setor bancário do país. Na semana passada, dois bancos médios americanos tiveram a falência decretada, em razão de dificuldades geradas pelo cenário de juros mais altos – nos Estados Unidos, a taxa básica alcançou 5%, o maior patamar desde 2007.
Prós e contras
A turbulência no cenário externo também foi citada no comunicado que acompanhou a decisão sobre os juros, aqui no Brasil. O Copom apontou “a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global” como um fator que pode levar a uma queda da Selic.
Isso não significa que a perspectiva seja de alívio monetário no curto prazo. O BC enfatiza que “segue vigilante”, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros em 13,75% será suficiente para segurar a inflação em 2023 e, em especial, em 2024. Ou seja: não há sinalização óbvia para um corte de juros tão cedo.
“O Comitê (Copom) enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste (alta dos juros) caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, finaliza o comunicado.