GERAL
Comércio Brasileiro ameaçado pela “Escalada de Gastos” com apostas online
Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou um lado sombrio do boom das apostas online no Brasil: um prejuízo estimado em R$ 117 bilhões por ano para o comércio.
O levantamento, divulgado na última semana, indica que os brasileiros gastaram R$ 68 bilhões em plataformas de apostas entre junho de 2023 e junho de 2024, o equivalente a 0,62% do PIB do país. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta para o impacto devastador dessa “escalada de gastos”: “Cada venda que se perde no varejo custa mais que a própria venda. O seu quadro de funcionários, o seu estoque, tudo está programado para um volume de vendas.”
O estudo também aponta para o aumento da inadimplência entre as famílias, resultado do uso excessivo das plataformas. A preocupação se intensifica com a popularização dos cassinos online, como o Jogo do Tigrinho, que atrai, principalmente, o público feminino.
“A gente consegue levantar o valor das apostas em geral, mas não consegue segregar o que é aposta esportiva e o que é cassino online”, explica Felipe. “Mas olhando para o histórico, antes do Jogo do Tigrinho aquecer, os gastos giravam em torno de R$ 2 bilhões. E com a explosão do casino online, foi para R$ 68 bilhões.”
A CNC questiona a regulamentação atual do mercado de bets no Brasil e defende a legalização de cassinos físicos. “É uma importante atividade para o desenvolvimento do turismo brasileiro”, argumenta Felipe. “Com cassinos físicos, poderíamos ter aproximadamente R$ 22 bilhões em arrecadação de impostos por ano, além de gerar até 1 milhão de empregos diretos e indiretos.”
A discussão sobre o impacto social e econômico das bets no Brasil se intensifica. Enquanto o governo busca mecanismos para controlar as plataformas, a CNC alerta para os riscos da “escalada de gastos” e defende a legalização de cassinos físicos como alternativa mais segura e lucrativa para o país.