GERAL
Cônsul e marido eram casados havia 23 anos e se mudariam para o Haiti
O cônsul da Alemanha no Brasil Uwe Hebert Hahn, preso por suspeita de envolvimento na morte do marido belga Walter Henri Maximillen Biot, na sexta-feira (5), vivia com o companheiro havia 23 anos – quatro deles no Rio de Janeiro. Desde que chegaram ao Brasil, o casal morou sempre no mesmo endereço, na rua Nascimento Silva, em Ipanema, na zona sul da cidade, onde Biot foi encontrado morto.
Em depoimento à Polícia Civil, o cônsul contou que no mês de maio tomou ciência de que deveria se mudar para o Haiti e explicou que a cada quatro anos é obrigado a trocar de país em razão de questões diplomáticas.
Segundo ele, o marido estava feliz com a mudança, mas há um mês Biot “começou a ingerir bebida alcoólica de forma excessiva e a consumir medicamentos para dormir (calmantes)”. Ele ainda alegou que “o marido estava nervoso e angustiado com a organização da mudança, razão pela qual começou a beber e a consumir medicamentos de forma desordenada”.
De acordo com depoimento do alemão à polícia, ao qual o UOL teve acesso, Uwe afirmou ainda que o marido passou a ter algumas reações irracionais: “dormia demais e costumava acordar durante as madrugadas gritando, tendo pesadelos frequentes” e que há alguns dias essas reações se intensificaram.
Ele afirmou que o marido caía da cama, tropeçava nas mobílias e que na madrugada do dia 4 para o dia 5 de agosto, teve uma diarreia intensa.
Suspeito relatou queda de companheiro
Sobre o momento da morte de Biot, o cônsul relatou que o casal estava no sofá da sala quando o belga teve um surto repentino, se levantou e começou a gritar. De acordo com o depoimento, o cônsul alegou que a vítima tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão entre a sala de estar e o terraço. Segundo ele, Biot permaneceu caído e emitindo gemidos.
Uwe disse ainda que fotografou o marido no chão e enviou a imagem a um amigo que mora em Nova York para mostrar que Biot estava bêbado novamente.
Ao perceber um sangramento, o diplomata disse que pediu ajuda ao porteiro do prédio que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ao socorro, o cônsul informou que o marido havia passado mal e caído no chão. O médico responsável pelo atendimento, cogitou a possibilidade de mal súbito, mas não quis atestar o óbito e o corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para atestar a causa da morte.