GERAL
Contrastes na realidade: Estudo nacional aponta queda, mas Rio Branco registra aumento na população de rua

Um recente estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela uma queda na população em situação de rua em nove estados brasileiros, incluindo o Acre. No entanto, a realidade em Rio Branco diverge significativamente dos dados nacionais, mostrando um aumento contínuo no número de pessoas vivendo nas ruas da capital acreana.
O Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da UFMG, utilizou dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) para seu levantamento. Embora o estudo indique um crescimento de 0,37% na população de rua em todo o país (atingindo 335.151 pessoas em março de 2025), Rio Branco apresenta um cenário preocupante.
Dados do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) apontam um crescimento alarmante: de 325 pessoas em 2021 para aproximadamente 600 em 2025. Essa discrepância entre os dados nacionais e os locais pode ser atribuída a limitações no CadÚnico, que não abrange toda a população em situação de rua, especialmente aqueles sem vínculo com serviços de assistência social.
A subnotificação e a rotatividade nos registros dificultam a obtenção de um retrato preciso da situação. Embora o OBPopRua registre 28 pessoas em situação de rua para cada 100 mil habitantes em Rio Branco (dados de 2012 a 2021), com a maioria na faixa etária de 30 a 60 anos, a realidade atual demonstra um aumento significativo e exige ações mais eficazes.
A discussão sobre a realocação do Centro Pop na Câmara Municipal de Rio Branco, durante a “Tribuna do Povo”, destacou a urgência da questão. O secretário municipal de Assistência Social, João Marcos Luz, enfatizou a necessidade de uma compreensão mais profunda do problema, alertando para o risco de perpetuar a situação de vulnerabilidade dessas pessoas. A divergência entre os dados nacionais e a realidade local em Rio Branco exige uma análise mais aprofundada e a implementação de políticas públicas mais eficazes para enfrentar o crescente problema da população de rua na capital acreana.
