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Corretor tem registro cassado após ser acusado de aplicar golpes que somam mais de R$ 2 milhões
O corretor Ronaldo Rodrigues dos Santos, dono da imobiliária Rodrigues Maia, da capital paulista, está sendo acusado de aplicar golpes que somam mais de R$ 2 milhões em prejuízos às vítimas. Por conta das denúncias de clientes, cinco unidades da imobiliária foram fechadas e o registro do empresário foi cassado pelo Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis (Creci-SP).
Segundo informações obtidas pelo jornal SP2, da Rede Globo, ao menos 50 vítimas se reuniram nas redes sociais e em grupos de WhatsApp para denunciarem o corredor. Essas pessoas alegam ter perdido altas quantias de dinheiro enquanto tentavam comprar ou vender imóveis em São Paulo com Ronaldo, mas acabaram sendo enganadas.
Em seu histórico, o empresário carrega uma condenação por estelionato em 2021, após ter sido processado por embolsar de forma ilegal R$ 200 mil de um cliente. Nas redes sociais da empresa, há diversos comentários de clientes que criticam a empresa e afirmam terem sido enganados.
“Essa empresa não é idônea. Comprei um imóvel a vista a mais de um ano e não foi passado ainda para o meu nome. Cada hora é uma desculpa, um problema, uma promessa de prazo que não é cumprido. Estou cansada de verdade. Já vi no ‘Reclame Aqui’ muitas reclamações sobre a empresa. Sr. Ronaldo nem retorna minhas mensagens. No começo tudo é muito lindo… após o pagamento, sou tratada com esquecimento e descaso”, comentou uma das internautas na página de Facebook da imobiliária.
Na internet, a empresa se apresenta compartilhando estar “há 15 anos transformando sonhos em realidade”.
O Terra tentou contato com a imobiliária Rodrigues Maia, que segue ativa nas redes sociais e com seu canal de contato via WhatsApp disponível, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Ao jornal SP2, Ronaldo Rodrigues dos Santos afirmou ser inocente e disse que sua empresa, a Imobiliária Rodrigues Maia, está sendo alvo de uma campanha difamatória de ex-empregados demitidos.
Andamento do caso
Em nota ao Terra, o Creci afirmou que, na semana passada, 20 analistas do conselho, junto a fiscais da Prefeitura de São Paulo e policiais militares, conduziram Ronaldo Rodrigues à delegacia pelo exercício ilegal da profissão, após fecharem 5 unidades da imobiliária.
“A punição do corretor culminou agora com a perda da sua inscrição, após o devido rito processual de inúmeros processos instaurados pelo Departamento de Ética e Disciplina, em função de diversas denúncias apresentadas por pessoas lesadas por esse profissional”, afirma o Creci.
Já nessa semana, o órgão retornou aos endereços que foram fechados e, deles, dois voltaram a funcionar irregularmente. “Uma nova autuação foi emitida e a fiscalização encaminhou ofício ao Ministério Público para apuração dos fatos, e também à prefeitura, para checar a questão dos alvarás”, complementou a nota.
O Creci reforça que o agora ex-corretor pode ser responsabilizado por essa conduta. Isso porque exercer uma atividade quando se está impedido, por decisão administrativa, é crime previsto no artigo 205 do Código Penal – com pena que prevê detenção de até 2 anos ou multa.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou à reportagem que o caso citado está sendo investigado pelo 89° Distrito Policial (Jardim Taboão), por meio de um inquérito policial.
Até esta quarta-feira, 4, a SSP informou que foram localizados três boletins de ocorrência relacionados à empresa – sem citar as datas de registros dos mesmos. “A autoridade policial realiza oitivas com os envolvidos e diligências visando o esclarecimento dos fatos”, complementa a nota.