Crise Hídrica no Acre: seca extrema pode causar escassez de alimentos e prejuízos de milhões

A seca extrema que assola o Acre neste verão amazônico de 2024 está provocando um cenário alarmante, com previsões sombrias para a produção de alimentos e para a população de Rio Branco. A Defesa Civil alerta que até 40% da produção agrícola, incluindo safras de frutas, verduras e grãos, poderão ser perdidas no município.

Essa crise afeta diretamente 419 mil habitantes da capital acreana, Rio Branco, com cerca de 115 bairros enfrentando riscos de escassez no abastecimento de água. O prefeito Tião Bocalom já ativou um plano de emergência para combater incêndios e garantir o fornecimento mínimo de água potável para as comunidades mais vulneráveis.

Os impactos econômicos são significativos, embora difíceis de mensurar com precisão. O renomado especialista em defesa civil Claudio Falcão estima prejuízos na casa dos milhões. A redução drástica do nível do rio Acre, que atingiu apenas 1 metro e 95 centímetros, reflete a gravidade da situação após uma recente enchente que obrigou milhares de pessoas a deixarem suas casas.

O estado de emergência foi declarado diante da previsão de menos chuvas e temperaturas mais altas nos próximos meses, aumentando o risco de incêndios florestais e impactando a navegação e o transporte na região. Comunidades tradicionais e indígenas podem ficar isoladas, enquanto no Amazonas a situação também é preocupante, levando o governador Wilson Lima a anunciar medidas emergenciais.

A Assembleia Legislativa do Acre realizou uma audiência pública para debater os efeitos das enchentes e secas recorrentes no estado, buscando soluções como a implantação de barragens para mitigar os impactos desses eventos extremos. Diante do aprofundamento do fenômeno da seca em 2024, torna-se urgente a implementação de medidas eficazes para proteger a população e o meio ambiente local.