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Crise na Pecuária: Acre enfrenta falta de gado e preço da carne pode disparar

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A pecuária é um dos pilares da economia do Acre, com um rebanho bovino que ultrapassa 5 milhões de cabeças. No entanto, os abatedouros e frigoríficos locais estão enfrentando sérias dificuldades para abastecer açougues e supermercados, o que pode resultar em um aumento significativo no preço da carne para o consumidor.

Nos últimos meses, o estado tem observado um fluxo crescente de gado vivo sendo enviado para outras regiões do país. Essa movimentação tem gerado uma escassez de gado disponível para abate no Acre, refletindo diretamente na oferta e, consequentemente, nos preços.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Acre (Sindicarnes), o preço da arroba do boi e da vaca aumentou em cerca de 40% em apenas 30 dias, passando de R$ 190 para R$ 265. Esse aumento acarreta uma série de reações no mercado, elevando também os preços de gado magro e bezerros.

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Uma das estratégias discutidas para conter essa saída de gado é a revisão da chamada “pauta do boi”, que define os valores mínimos utilizados para o cálculo do ICMS sobre as vendas de gado. Atualmente, os valores dessa pauta estão defasados, levando a uma arrecadação inferior ao que o estado poderia receber, incentivando a venda do gado para fora e, assim, causando um desabastecimento local.

Nenê Junqueira, presidente do Sindicarnes, exemplifica a situação: “O bezerro, que antes era vendido por R$ 1,3 mil, agora custa R$ 1,8 mil. No entanto, a pauta do bezerro está fixada em apenas R$ 825, resultando em uma perda significativa de arrecadação para o estado.”

Os reflexos dessa situação já são visíveis nos preços da carne. A vaca casada, que antes era comercializada a R$ 13 o quilo, agora custa R$ 19, um aumento diretamente ligado à baixa oferta de gado para abate. A atualização da pauta do boi é, portanto, uma das principais demandas do setor.

Clóvis Gomes, secretário-adjunto da Receita Estadual, afirmou que a pauta está sendo revisada e uma nova tabela deve ser publicada em breve. Ele explica que a atualização levará em conta as oscilações de mercado, que são influenciadas pela demanda interna e pelas exportações.

“Estamos em processo de análise e pesquisa para garantir que a nova pauta reflita a realidade do mercado. A pauta estabelece um preço mínimo, mas não determina o preço de mercado. É importante que os produtores estejam cientes de que, caso vendam acima da pauta, o imposto deve ser calculado com base no preço efetivamente praticado”, ressalta Clóvis.

A situação enfrentada pela pecuária no Acre é complexa e exige uma abordagem colaborativa entre o governo e os produtores. A atualização da pauta do boi pode ser um passo crucial para garantir um abastecimento adequado de carne e estabilizar os preços para os consumidores, evitando assim um impacto negativo na economia local e na alimentação da população.

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