A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres afirmou, nesta sexta-feira (28/4), que as senhas de acesso à nuvem de Torres podem ter sido passadas equivocadamente à Polícia Federal. A nota é uma resposta à manifestação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que reclamou dizendo que “nenhuma das senhas fornecidas estava correta“.
A nota da defesa cita o comprometimento da saúde mental do ex-secretário. “É possível que as senhas tenham sido fornecidas equivocadamente, dado o seu grau de comprometimento cognitivo”, diz o texto.
O advogado ainda cita que Torres estaria tendo lapsos frequentes de memória. “Nesse cenário, tendo em vista o atual estado mental do requerente, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, na hodierna conjuntura, revela-se sobremaneira dificultosa.”
A defesa ainda sugeriu que o STF intime a Apple e o Uol para que as empresas forneçam as senhas corretas.
“A despeito disso, no afã de contribuir e para afastar qualquer “especulação” acerca da validade das senhas fornecidas, a defesa requer a Vossa Excelência que expeça ofício à Apple e ao provedor “uol”, para que estes disponibilizem à Polícia Federal todos os dados referentes à nuvem e ao e-mail pessoal do peticionário.”
Moraes: Anderson Torres omitiu acesso a celular em investigações
Anderson Torres está preso por suspeita de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Preso após retornar das férias nos Estados Unidos, o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) havia informado à Polícia Federal (PF) que não entregou o celular pessoal aos investigadores por ter perdido o aparelho.
Anderson Torres segue preso no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Guará 2, no Distrito Federal.
Laudo
Na última semana, um laudo médico sobre o estado de saúde mental do ex-ministro Anderson Torres apontou “piora significativa” de seu quadro psiquiátrico. O documento descreve, ainda, que o ex-ministro de Jair Bolsonaro tem sofrido crises de ansiedade seguidas e crises de choro.
Torres passou a ter acompanhamento em 17 de janeiro, três dias após sua prisão.
Um novo depoimento que Anderson Torres prestaria à Polícia Federal (PF) chegou a ser adiado após a defesa apresentar o pedido de habeas corpus. Ainda não há nova data para a oitiva.
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