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Desafio na Seca: Comerciantes lutam para levar alimentos ao Alto Juruá

Publicado em

Foto: ac24horas

A seca severa que afeta o Rio Juruá tem trazido desafios significativos para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Com o nível das águas reduzido a meros centímetros, a logística de transporte de alimentos e combustíveis tornou-se uma verdadeira odisseia. As viagens que antes levavam apenas algumas horas agora se estendem por dias, partindo de Cruzeiro do Sul, a principal cidade da região do Vale do Juruá, até os dois municípios próximos à fronteira com o Peru.

Para contornar a escassez e garantir o abastecimento, os comerciantes têm recorrido ao ramal que conecta Cruzeiro do Sul a Porto Walter. Embora essa rota tenha sido embargada pela justiça, os moradores decidiram reabri-la em uma demonstração de resiliência. A jornada é marcada por dificuldades: os 90 quilômetros do ramal atravessam áreas de floresta densa e exigem a travessia de pontes improvisadas. Após essa etapa, as mercadorias são transportadas em barcos até os destinos finais. Para Porto Walter, o trajeto termina na cidade; já para Marechal Thaumaturgo, o transporte deve ser feito exclusivamente pelo Rio Juruá.

Na última quinta-feira, 14 de agosto, Jorge Patino, um comerciante local, enfrentou uma complexa operação logística para transportar 3,5 toneladas de frango de Cruzeiro do Sul até Marechal Thaumaturgo. Ele utilizou duas caminhonetes para levar os produtos até Porto Walter pelo Ramal do 90. Em seguida, as mercadorias foram transferidas para pequenas canoas para completar a viagem até Marechal. Os batelões maiores não conseguem navegar devido ao baixo nível das águas nesta época do ano.

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“Percorremos o ramal que tem aqueles 30 quilômetros na mata. Foi difícil, mas conseguimos. Levamos 150 caixas de frango, cerca de 3,5 toneladas até a comunidade Vitória, acima de Porto Walter. De lá, usamos quatro canoas para transportar tudo até Marechal Thaumaturgo. Nosso barco maior, que poderia levar até 10 toneladas de mercadorias, foi parado por causa das condições do rio. Se essa estrada estivesse liberada, seria uma enorme ajuda, especialmente com essa seca”, compartilhou Jorge.

A luta diária dos comerciantes reflete a força e a determinação da comunidade em superar as adversidades impostas pela natureza e garantir que alimentos cheguem às mesas das famílias da região.

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